Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Rodrigo Pinto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-04122024-130353/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O câncer de endométrio é a neoplasia maligna ginecológica que apresenta uma das mais elevadas taxas de crescimento no Brasil. Obesidade, diabetes e sedentarismo são fatores altamente relacionados ao aumento na incidência. O tratamento cirúrgico com histerectomia e salpingooforectomia bilateral é o tratamento de escolha preconizado. A avaliação dos linfonodos pélvicos e paraórticos como parte do estadiamento foi introduzida em 1988 pela FIGO mas ainda é motivo de discussões por conta da alta morbidade do procedimento. Em foco estão pacientes que apresentam baixo risco para metástases mas que poderiam ser prejudicadas sem a avaliação linfonodal caso houvesse comprometimento dos mesmos. A pesquisa do linfonodo sentinela permite a avaliação precisa de um linfonodo porta com baixa morbidade quando comparada à linfadenectomia sistemática. OBJETIVOS: Determinar as taxas de identificação e estado linfonodal através da técnica do linfonodo sentinela; comparar o estado linfonodal, tempo cirúrgico e complicações entre os grupos. PACIENTES E MÉTODOS: Conduziu-se um estudo de coorte ambispectiva para a avaliação da introdução do linfonodo sentinela no Setor de Ginecologia Oncológica da Divisão de Ginecologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). O grupo retrospectivo levou em consideração uma amostra consecutiva de pacientes submetidas a estadiamento cirúrgico com linfadenectomia sistemática entre dezembro de 2015 e junho de 2021. O grupo prospectivo incluiu pacientes submetidas a estadiamento cirúrgico, mapeamento linfático com indocianina verde e pesquisa do linfonodo sentinela. Os grupos foram comparados através do escore de propensões. RESULTADOS: Entre dezembro de 2015 e julho 2023 um total de 324 pacientes foram captadas. A revisão de imagens permitiu excluir 98 pacientes com imagem sugestiva de doença extrauterina. Assim, 256 pacientes foram incluídas no estudo sendo 156 no grupo linfadenectomia sistemática e 101 no grupo do linfonodo sentinela. A taxa de detecção global foi de 98,01% enquanto a taxa de detecção bilateral foi de 88,11%. A identificação do linfonodo sentinela após a primeira injeção foi de 78,2%. Das 22 falhas de mapeamento, a reinjeção foi bem sucedida em 12 (54,5%) dos casos. Os locais mais frequentes onde foram encontrados os linfonodos sentinelas foram as fossas obturatórias bilateralmente sendo o linfonodo obturador presente em 66 (65,3) casos na hemipelvis direita e 68 (67,3%) casos na hemipelvis esquerda. O agrupamento dos casos através do escore de propensão deu origem a 84 pares de pacientes. A idade média nas pacientes submetidas a linfadenectomia sistemática foi de 62,8 (45,3-82,4)anos e de 63,6 (41,9-79,8) anos entre as submetidas à técnica sentinela. O índice de massa corporal foi de 31,4 (16,4- 53,7) no grupo LN comparado a 31 (18,2-50) no grupo sentinela. O tipo tumoral pós PSM mais comum em ambos os grupos foi o endometrióide sendo 69 (82,1%) casos no grupo LN e 72 (85,7%) casos no grupo LS. O tamanho médio do tumor foi semelhante nos dois grupos sendo de 4cm (0-10) no grupo LN e de 3,7 (0,2-12,1)cm no grupo LS. O estadiamento FIGO revelou estadio IA em 43(51,2%) casos no grupo LN e 52(61,9%) no grupo LS e estadio IB sendo 26 (31,0%) de casos no grupo LN e 17(20,2%) no grupo LS. O tempo cirúrgico foi significativamente menor no grupo LS sendo 152,2min contra 304min no grupo LN (p<0,001). Sangramento foi menor no grupo sentinela(p<0,001). Dos 122 casos foram encontrados 10 linfonodos positivos sendo 3 (3,6%) no grupo LN e 7(8,3%) no grupo LS. Quando estratificada por severidade (CTCAE v5.0 graus 1 e 2 vs graus 3, 4 e 5) a distribuição de complicações apresentou diferença estatística sendo de menor gravidade no grupo sentinela. CONCLUSÃO: A técnica do linfonodo sentinela realizada neste estudo permitiu altas taxas de mapemaneto linfonodal sendo o linfonodo obturador o mais comum em ambas as hemipelvis. Quando comparada à realização da linfadenectomia completa os procedimentos relacionados ao linfondodo sentinela apresentaram menor sangramento, menor tempo cirúrgico, menor severidade nas complicações e não inferioridade na identificação de linfonodos positivos |