Caracterização molecular e patogenicidade de Thielaviopsis ethacetica, agente causal da podridão abacaxi da cana-de-açúcar, no estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva Júnior, Claudio Dias da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-05102023-111659/
Resumo: O complexo Ceratocystis compreende um grande grupo de fungos fitopatogênicos causadores de doenças em ampla gama de hospedeiros. Na cana-de-açúcar, Ceratoystis paradoxa (teleomorfo de Thielaviopsis paradoxa) é conhecido como o agente causal da podridão abacaxi da cana-de-açúcar, doença de grande impacto quando os rebolos são plantados em épocas mais frias. Este patógeno causa falhas de estande, uma vez que impede a germinação das gemas. Apesar do potencial impacto que pode ocorrer nos canaviais, os danos não são bem compreendidos. Outra importante questão é o fato de que Ceratocystis paradoxa compreende um complexo de espécies, podendo não ser a real espécie do agente causal da doença no Brasil. Indícios apontam para a espécie Thielaviopsis ethacetica associada a rebolos atacados no Brasil. Com a intenção de solucionar esta questão, foram sequenciadas as regiões ITS, ß-tubulina e TEF-1 α a partir de isolados provenientes de rebolos atacados em diferentes canaviais no estado de São Paulo. A fim de entender a variabilidade patogênica do fungo, foram realizados testes de agressividade com diferentes isolados na variedade RB92579 de cana. O comportamento do hospedeiro também foi estudado, mediante inoculação de um isolado agressivo em diferentes cultivares de cana-de-açúcar utilizadas no estado. Para estes ensaios, adotaram-se como variáveis de avaliação a extensão das lesões internas nos rebolos, a massa seca da parte aérea das plântulas, a velocidade de emergência e o estande final das unidades amostrais. Por meio de análise filogenética, comprovou-se que a espécie associada a doença no estado de São Paulo é Thielaviopsis ethacetica, sendo todos os 19 isolados obtidos no experimento pertencentes a esta espécie. Todos os isolados foram patogênicos a cana-de-açúcar, não sendo observadas diferenças de agressividade entre os isolados. Dentre as cultivares, observou-se algum grau de resistência, de acordo com as variáveis avaliadas. Nos experimentos em casa de vegetação, as cultivares RB005014, RB015177, RB975033, RB975201, RB015935 e RB975375 apresentaram algum grau de resistência. As cultivares RB005014 e RB015177 destacaram-se de forma consistente, apresentando menor impacto da doença na massa seca das plântulas, estande final e índice de velocidade de emergência. Nos experimentos em condições controladas, destacaram-se as cultivares RB975033 e RB975201 com menores lesões internamente nos rebolos inoculados. No primeiro ensaio, a cultivar RB015177 foi posicionada em um grupo intermediário quanto ao tamanho da lesão, enquanto no segundo ensaio, a cultivar RB005014 foi agrupada com as cultivares de menor lesão. Os resultados indicaram a existência de duas diferentes respostas de resistência do hospedeiro ao patógeno, uma de rápida brotação e outra de restrição na colonização dos tecidos.