Projeto arqueológico Alto Canoas - Paraca: um estudo da presença Jê no planalto Catarinense. 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Corteletti, Rafael
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-19042013-093054/
Resumo: Nesta tese vou apresentar novos dados sobre padrões de ocupação dos Jê Meridionais e minhas interpretações sobre a história deste povo, com base em meu estudo de caso, do Alto Rio Canoas, região de Urubici, em Santa Catarina, Brasil. No planalto, os camposde altitude e a mata de araucária dominam a paisagem. Nas serrarias de Urubici, as nascentes de vários arroios e rios começam em zonas húmidas, com solos rasos e pedregosos, na área dos campos, a cerca de 1800m de altitude. Estas águas correm através de vales incisos florestados pela mata de araucária criando cachoeiras e corredeiras, que acabam por se transformar no meândrico Rio Canoas, que flui no meio de um vale largo e plano, em torno de 1000m acima do nível do mar. A montanhosa região de Urubici foi intensamente pesquisada na década de 60, mas depois disso, a pesquisa ficou estagnada. Os principais pontos deste projeto foram: Primeiro, foram revisadas e atualizadas as pesquisas anteriores, revisitando a maioria dos sítios arqueológicos mapeados na década de 60, atribuindo-lhes coordenadas geográficas, fotos e mapas, e descrições ambientais recentes. Segundo, além da visita aos sítios mapeados previamente, foi realizado um mapeamento oportunista de novos sítios, baseado em entrevistas com membros da comunidade local, o que gerou um novo mapa arqueológico da região. Terceiro, com base nessas informações e nas novas escavações em sítios específicos, iniciou-se a reflexão sobre as paisagens Jê do Sul, com o objetivo de compreender a história de longo prazo e o sistema de assentamento da tradição arqueológica Taquara-Itararé. Quarto, a partir das análises de grãos de amido de fitólitos, a partir de restos carbonizados de alimento aderidos a parede da cerâmica coletada na escavação do sítio Bonin, foram obtidos novos dados, importantíssimos para pensar novas formas de interpretação na arqueologia da tradição Taquara-Itararé. Tais análises trouxeram evidências de produção de alimentos como Zea mays, Cucurbitasp., Manihotsp., e o consumo alimentar de Phaseolussp. e Dioscoreasp. entre outros, o que, sem dúvida, é uma chave para pensar em outro tipo de organização social, mobilidade e economia para os povos proto-Jê Meridional. Em quinto lugar, no sentido de pensar uma \"estratigrafia paisagem do Jê Meridional\" um banco de dados SIG foi utilizado como uma ferramenta para criar modelos virtuais de, por exemplo, a análise visibilidade acumulada entre sítios e análise de rotas de menor custo.