Avaliação dos efeitos do N-metil-3,4 metilenodioximetanfetamina (MDMA - Ecstasy) sobre parâmetros comportamentais, neuroendócrinos e de atividade de neutrófilos em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Paula, Viviane Ferraz de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-23112007-155532/
Resumo: Ecstasy é o nome popular do 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), uma droga de abuso muito utilizada por adultos jovens. Diferentes relatos de caso têm mostrado correlações positivas entre o abuso do Ecstasy e doenças infecciosas. Muitos estudos em modelos animais mostraram que o MDMA induz alterações de imunidade inata e adquirida; entretanto pouco se sabe sobre os mecanismos pelos quais estes efeitos ocorrem. Buscamos neste trabalho por efeitos da administração i.p. de MDMA sobre parâmetros comportamentais, neuroendócrinos e de atividade de neutrófilos e o fizemos à luz de mecanismos neuroimunomodulatórios. Nossos resultados mostraram que o MDMA (5,0; 8,0; 10,0 e 20,0 mg/kg) produz, 30 minutos após a administração (1) aumento da atividade locomotora avaliada no campo aberto e no LCE e (2) diminuição do burst oxidativo de neutrófilos após indução por Staphylococcus aureus nas doses de 8,0; 10,0 e 20,0 mg/kg. Adicionalmente, 60 minutos após a administração de 10,0 mg/kg observou-se (3) um aumento de atividade locomotora avaliada no campo aberto e no LCE, (4) aumento do turnover de noradrenalina e de dopamina no hipotálamo; (5) aumento do turnover de dopamina no estriato; (6) aumento dos níveis séricos de corticosterona; (7) diminuição do burst oxidativo após indução por SAPI e PMA e, também, da porcentagem e da intensidade de fagocitose por neutrófilos sanguíneos; (8) aumento do número de eritrócitos, da quantidade de hemoglobina e da porcentagem do hematócrito e diminuição do número de linfócitos sanguíneos; (9) diminuição do número total de células na medula óssea; (10) aumento do número de leucócitos e (11) diminuição do peso relativo do baço. A exposição in vitro ao MDMA (12) não alterou o burst oxidativo e a fagocitose por neutrófilos. Esses resultados sugerem que o MDMA produz ao mesmo tempo alterações comportamentais, neuroquímicas, endócrinas e imunológicas em camundongos. A estimulação motora dos animais parece relacionada a um aumento da atividade catecolaminérgica central e, muito especialmente, do sistema dopaminérgico estriatal. É possível sugerir que a alteração na imunidade inata após MDMA esteja relacionada ao aumento de atividade do eixo HHA e, conseqüentemente, dos níveis séricos de corticosterona. Não se descarta, porém, uma possível ativação do SNAS induzida pelo MDMA. Finalmente, observamos que o MDMA não tem efeito direto sobre neutrófilos.