Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Aguiar, Leticia Caroline Doretto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-22122015-133358/
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Resumo: |
A maternidade traz consigo mudanças significativas na vida das mulheres, que vão além das alterações fisiológicas do ciclo gravídico-puerperal, são também emocionais, sociais, afetam o contexto familiar e refletem em vários aspectos da vida da mulher, como a sexualidade. Este estudo teve por objetivo compreender como as mulheres, em situação de violência praticada pelo parceiro íntimo (VPI) durante a gestação, vivenciam a sexualidade após a maternidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida com dez mulheres que estavam em situação de VPI durante a gestação. A qual foi identificada durante o pré-natal, em uma maternidade de baixo risco no município de Ribeirão Preto-SP. Utilizou-se como procedimento metodológico para a coleta de dados, entrevistas semiestruturadas gravadas e transcritas na íntegra. As entrevistas foram realizadas no domicílio das mulheres. A análise dos dados baseou-se na técnica de interpretação dos sentidos. Os resultados acerca do perfil de violência aponta a violência psicológica como a mais prevalente neste estudo, sendo identificada em todas as participantes, seguida da violência física e sexual. Os dados das entrevistas resultaram em seis temáticas: 1 A construção da maternidade; 2. A maternidade e o mercado de trabalho; 3. Relacionamento do casal; 4. Sexualidade e a maternidade; 5. Autoimagem e 6. VPI após o parto. Muitas mulheres atribuem como \"função da mãe\" os cuidados do bebê e cuidados do lar, exercendo cobranças a si mesmas quando estas funções conflitam com a carreira profissional, necessitando terceirizar o cuidado do bebê por meio de cuidadores e escolas. Acreditam que longe dos cuidados maternos o bebê ficaria desprotegido e sujeito a riscos, sendo um momento doloroso deixa-lo com terceiros. A gravidez, em algumas situações, aparece como um desejo do homem, que exige da mulher um filho que seja do casal, além da expectativa pelo filho de um sexo já determinado previamente pela fala do parceiro. Algumas mulheres atribuem a gestação e a chegada do bebê como fator de aproximação ou distanciamento do casal. As mudanças corporais da gravidez e do puerpério passam a influenciar na sexualidade do casal, seja pela autoimagem e a insatisfação com o corpo de mãe, ou até mesmo pela fisiologia do processo involutivo uterino, referenciada nas falas como o \"resguardo\" e a espera pela quarentena. Atribui-se ao homem a figura do ser movido ao ato sexual e a espera poderia acarretar em busca por relacionamentos extraconjugais do parceiro, cabendo à mulher ceder aos desejos do homem, mesmo contra a sua vontade. As questões de gênero e os \"papeis\" que o casal deveria exercer nos cuidados com o bebê aparecem como motivos de brigas, em alguns casos resultando na separação do casal. As questões culturais a cerca dos papéis de gênero influenciam nas práticas e na tomada de decisões a respeito da sexualidade. Desta forma, observamos que a vivência da sexualidade para estas mulheres, foi marcada pelas desigualdades de gênero |