Aplicação do Pediatric Risk of Mortality escore (PRISM) e determinação dos fatores de prognóstico para óbito em uma unidade de terapia intensiva pediátrica terciária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Costa, Graziela de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-07122011-112705/
Resumo: O avanço tecnológico nas unidades de terapia intensiva pediátricas (UTIPs) tornou-as aptas ao atendimento de casos de alta complexidade e elevado custo. Porém, a tecnologia disponível nem sempre tem conseguido melhorar a qualidade de atendimento aos pacientes e a própria capacidade de prolongar o tempo de vida torna-se um instrumento que potencializa a dor e o sofrimento. Sendo assim, tornou-se necessário caracterizar o estágio de gravidade da doença, que reflete a magnitude das comorbidades e distúrbios fisiológicos, no momento da internação. Esse procedimento pode ser realizado através dos escores prognósticos de mortalidade que quantificam a gravidade da doença, estimando a probabilidade de óbito de acordo com seu estágio clínico. Atualmente os escores prognósticos fazem parte das metodologias de controle de qualidade e de pesquisa. O Pediatric Risk of Mortality escore (PRISM) é um dos escores mais utilizados na unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP). O objetivo desse estudo foi avaliar a utilização do PRISM quanto a sua capacidade de discriminação entre sobreviventes e não-sobreviventes e determinar os fatores de prognóstico para óbito em uma UTIP terciária. Foi realizado um estudo retrospectivo na UTIP do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que é considerada de nível de atendimento terciário. Foi anotado o valor do PRISM correspondente às primeiras 24 horas de internação; dados demográficos e da internação, para melhor caracterização da amostra. Foram incluídos 359 pacientes; as variáveis encontradas como fatores de prognóstico para óbito foram: presença de síndrome de disfunção de múltiplos órgãos e sistemas (SDMOS) à admissão, ventilação mecânica (VM), uso de fármacos vasoativos, infecção hospitalar, terapia nutricional parenteral (TNP) e duração da internação (p < 0,0001 para todas as variáveis). Cinquenta e quatro pacientes (15%) evoluíram a óbito; a mediana do PRISM foi significativamente maior nos pacientes que evoluíram para óbito (p= 0,0001). A curva ROC do PRISM mostrou um valor de 0.76 (IC 95% 0,690,83) e a calibração, calculada pelo teste qui-quadrado de Hosmer-Lemeshow, evidenciou x2 = 12,96 com p=0,11, sendo que para este teste é considerado significativamente estatístico um valor de p > 0,05. É importante a implantação de controle estrito de qualidade nas UTIPs para identificar grupos de risco para óbito e medir a eficácia do tratamento. Embora alguns autores já tenham enfatizado que o PRISM superestima a mortalidade e não seria apropriado em populações pediátricas específicas, esse estudo mostrou que o PRISM apresenta capacidade discriminatória adequada em diferenciar sobreviventes dos não-sobreviventes e constitui ferramenta útil para avaliar o prognóstico dos pacientes admitidos em UTIP terciária.