A palavra da mulher e o mundo do homem: três obras de autoria feminina na primeira metade do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Marinho, Cecilia Silva Furquim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-19072024-111359/
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo o estudo do livro de poemas Meu glorioso pecado, de Gilka Machado (1928), e de dois romances: Parque industrial (1933), de Patrícia Galvão, e Água funda (1946), de Ruth Guimarães. São obras que contêm uma variedade de vozes pioneiras femininas com atuação, estilos e perfis diferentes, consequentemente trazendo temáticas diversas: o amor sensual na obra poética de Gilka; o questionamento político de Patrícia no ambiente proletário; a filosofia caipira de Ruth Guimarães, marcada por cosmologias de povos originários em coexistência com a europeia. As obras citadas compõem o corpus de uma análise do movimento de inserção problemática de escritoras mulheres do sistema literário brasileiro, em especial na Região Sudeste, na primeira metade do século XX. A análise busca a singularidade de cada voz autoral, entendendo tais vozes como formas de resistência a várias instâncias de dominação e exclusão, entre elas a de gênero, em intersecção com a de classe e de raça. Essas escritoras, pertencendo a grupos historicamente silenciados, conseguiram, por um lado, escrever, publicar e divulgar sua obra, mas, por outro lado, não tiveram o acolhimento pleno de sua contribuição, que se faz necessária na composição múltipla de nossa cultura. A abordagem será feita a partir da perspectiva feminista de crítica cultural, que se desdobrou e amadureceu ao longo do século XX, atingindo um novo pico de intensidade e reverberação no presente momento, em torno dos anos 2010/2020, em especial problematizando a prática de grupos hegemônicos no apoio a categorias e modelos que constroem a falsa noção de \"universal\", predispondo-se contra a afirmação de diferenças