Contribuições ao processo de tomada de decisão estratégica a partir dos conhecimentos da neurociência cognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Porto, Maria Cecilia Galante
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-27042016-113530/
Resumo: Avanços recentes no tema de fronteira que exerce fascínio e curiosidade - a Neurociência - vêm explicitando conceitos sofisticados sobre um assunto emergente na Administração: o aumento do conhecimento na área da Neurociência Cognitiva e suas contribuições para a área de tomada de decisão. À luz desses avanços, a presente pesquisa possui natureza exploratória, cuja proposta contribui para integrar os conhecimentos em Neurociência Cognitiva e tomada de decisão estratégica em administração, sob a ótica comportamental. O objetivo principal do estudo foi propor contribuições ao processo de tomada de decisão estratégica a partir dos conhecimentos da Neurociência Cognitiva. Utilizou-se o método da revisão em profundidade da literatura, com o objetivo de apoiar a análise do conteúdo nas dimensões-alvo do estudo: processo de tomada de decisão estratégica, pensamento estratégico sob a ótica da racionalidade limitada, Neurociência Cognitiva e neurociência da decisão. As contribuições obtidas estão alicerçadas em três vertentes: (1) contribuições para a pesquisa, (2) contribuições para as práticas de gestão e (3) contribuições para a didática e ensino. Na perspectiva da pesquisa, a Neurociência Cognitiva possibilita evidências confirmatórias sobre fatores subjetivos, sobretudo os emocionais, que guiam o comportamento do decisor durante as fases do processo decisório, mediante o fornecimento de metodologias para testar teorias e novos conceitos. Na perspectiva das contribuições para a gestão, a ampliação da consciência dos gestores sobre as emoções, heurísticas e vieses presentes no processo decisório estratégico permite: (a) o alinhamento de expectativas sobre os resultados da decisão estratégica; (b) estimular as atitudes da liderança para uma postura mais protagonista no decorrer do processo, resultando em maior inovação nas práticas de gestão; (c) o reconhecimento da intuição associada à criatividade como competência importante para a decisão estratégica, assegurando maior precisão sobre o futuro da decisão; (d) o aceite das heurísticas da mente, possibilitando simplicidade, facilitando o entendimento de todos os envolvidos e gerando transparência no processo decisório; (e) considerar os objetivos individuais dos decisores não declarados no nível da organização, otimizando a implementação do plano estratégico; (f) o fornecimento de informações sobre a política nas decisões estratégicas, mediante a aplicação de técnicas neurocientíficas que possam trazer maior conhecimento sobre o peso da evidência na tomada de decisão estratégica. Há de se considerar, ainda, que o reforço da aprendizagem, acarretando possíveis mudanças biológicas nas sinapses cerebrais, contribui para o exercício do pensamento estratégico e, consequentemente, maior precisão nas decisões futuras. A incorporação da abordagem neurocientífica na didática do ensino sobre tomada de decisão estratégica contribui para: (a) preparo do aluno afim de superar fatores de ordem cognitiva no nível individual e em grupo que encontrarão no processo decisório estratégico; (b) facilitação do embasamento das constatações da teoria de decisão comportamental; (c) reforço da aprendizagem, sugerindo-se a inserção das técnicas de cenários e a análise ambiental com vistas à prática de avaliações prévias sobre eventos incertos que possam afetar o processo decisório estratégico; (d) incorporação do ensino de decisão das competências analíticas e intuitivas encontradas, por exemplo, nos cursos de criatividade e inovação, alinhando-se as técnicas formais de ensino com a prática da gestão. Além da relevância dos pontos citados, a pesquisa da temática é inédita, o que possibilita uma nova abordagem de pesquisas em decisão estratégica que incorpore as contribuições da Neurociência Cognitiva.