'Mais bala pela vida': o discurso punitivo da bancada da bala sobre o controle do crime e a resolução dos problemas criminais no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Vanessa Orban Aragão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-27032024-191027/
Resumo: A contribuição trazida por esta tese está no estudo do fenômeno brasileiro em que segmentos da população têm defendido maior rigor penal e soluções violentas como saída para a situação de desordem pública e para a sensação de medo e insegurança. A chamada \"bancada da bala\" se configura como um recorte social para o estudo, na medida em que exprime representações de parte significativa da população relacionadas aos discursos do medo e do controle do crime. Seu estudo permitiu um olhar mais depurado a respeito dos discursos punitivos que tentam alterar as leis, na intenção de torná-las mais severas e privilegiar a prisão. A pesquisa centrou-se no estudo de projetos de lei entre 1990 e 2018 e apontou que está havendo uma movimentação parlamentar geral na direção de tornar as leis mais rigorosas e punitivas desde a década de noventa. A \"bancada da bala\" foi o principal agrupamento que colaborou para a reorganização do movimento de recrudescimento penal a partir dos anos 2000. Assim, esta pesquisa, ao se debruçar sobre a análise do discurso desse grupo, identificou que sua principal argumentação está em torno da ineficiência do Estado em prover a segurança da população. O acesso ao direito individual à arma de fogo ocupa papel central nessa narrativa, porque permite a defesa de valores morais (em torno da família, da honra, da propriedade etc.), inclusive avaliados como superiores à legalidade e à abrangência do Estado de Direito. Há empenho do grupo em tentar ressignificar a arma, associando-a à defesa da vida. Seus esforços têm sido na direção de tentar adequar a Justiça Criminal a um modelo de justiça que opera no âmbito da vida privada