Estudo sobre a Fibropapilomatose em Tartarugas-marinhas no Brasil: ocorrência do Chelonid alphaherpesvirus 5 (ChHV5) e aspectos relacionados à patogenia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Zamana, Roberta Ramblas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
PCR
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-05052023-102440/
Resumo: A Fibropapilomatose (FP) é uma doença neoplásica benigna distribuída globalmente e reportada em todas as espécies de tartarugas-marinhas. Desde o seu primeiro relato, em 1938, pesquisadores buscam compreender aspectos da sua etiologia e patogênese, ainda não elucidados. A associação constante do Chelonid alphaherpesvirus 5 (ChHV5) à FP e a característica de latência atribuída a esse vírus, sustentam a hipótese atual de que a etiologia da FP possui caráter multifatorial. O entendimento de aspectos da etiologia, epidemiologia e patogenia da FP e do ChHV5 são cruciais para a compreensão do impacto dessa doença nas populações e espécies de tartarugas-marinhas. O presente estudo buscou determinar a ocorrência do ChHV5 e investigar sua possível transmissão vertical, através da pesquisa de DNA viral por PCR convencional em amostras biológicas (e.g. ovos, natimortos, gônadas, soro e pele sem lesão) de tartarugas-marinhas acometidas (FP+) e não acometidas (FP-) pela FP procedentes de áreas de nidificação e/ou alimentação da costa brasileira. Os resultados obtidos demonstraram a ocorrência de indivíduos assintomáticos das cinco espécies de tartarugas- marinhas que ocorrem no Brasil, com detecção do ChHV5 em 72,5% (82,3%, 14/17 FP+; 65,2%, 15/23 FP-) das amostras de soro e 44,5% (50%, 20/40 FP+; 41,4%, 29/70 FP-) das amostras de pele sem lesão. A pesquisa do ChHV5 em gônadas, ovos e natimortos demonstrou a presença do vírus em gônadas de fêmeas juvenis de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) e natimortos de tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), e não detecção viral em ovos. A caracterização molecular do ChHV5 com base em regiões parciais do genoma viral (UL30 e UL27-28) revelou a interespecificidade das variantes virais identificadas e o surgimento de uma nova variante do ChHV5 circulante na costa brasileira. Além, da identificação de novas áreas de circulação de variantes virais previamente descritas no Brasil. A detecção do ChHV5 em filhotes é preocupante para a conservação das tartarugas marinhas e indica a necessidade de monitoramento viral em áreas de nidificação. A ocorrência de indivíduos assintomáticos, sustenta a hipótese de que o ChHV5 requer de cofatores, possivelmente ambientais ou relacionados ao sistema imunológico para induzir a FP.