Exigência em aminoácidos e farelo de soja na nutrição de juvenis de dourado Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Dairiki, Jony Koji
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-14042009-094707/
Resumo: Poucos são os trabalhos relacionados com a determinação das exigências nutricionais por aminoácidos de espécies nativas brasileiras, dentre as quais se destaca o dourado, Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816), o maior peixe de escamas da Bacia do Prata, espécie reofílica e ictiófaga que chama atenção pelo excelente sabor da carne e pela beleza de seu tegumento. Este trabalho teve por objetivo estudar a exigência em aminoácidos e o uso de fonte de proteína de origem vegetal - farelo de soja (FS) - na nutrição do dourado. A exigência em lisina foi determinada em ensaio dose-resposta e os dados coletados foram analisados por meio de regressão polinomial e segmentada. Foi utilizada a relação A/E=[(aminoácido essencial÷total de aminoácidos essenciais+cistina+tirosina)x1.000], para estimar as exigências nutricionais dos demais aminoácidos essenciais. As unidades experimentais (UE) foram constituídas por lotes de 12 juvenis de dourado (11,4±0,2g; 9,4±0,9cm) condicionados a aceitar ração seca (43%PB e 4.600kcal EB), alojados em caixas de polipropileno com capacidade de 300L, com troca parcial de água num sistema fechado de recirculação e aeração. Os tratamentos correspondiam aos níveis crescentes de lisina: 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5% na dieta num delineamento inteiramente aleatorizado - DIA (n=4). A exigência dietética em lisina para peso final (PF), ganho de peso (GP) e taxa de crescimento específico (TCE) foi de 2,15% da dieta ou 5% da proteína dietética; 2,5% de lisina 5,8% da proteína dietética, resultou no melhor índice de conversão alimentar (CA). A exigência por arginina foi determinada em ensaio dose-resposta utilizando a relação A/E e perfil de aminoácidos corporais de dourado. As UE foram constituídas por lotes de 12 juvenis de dourado (27,0±0,8g; 12,6±0,7cm) e os tratamentos correspondiam aos níveis crescentes de arginina: 1,0; 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% na dieta (DIA; n=4). A exigência dietética em arginina para PF, GP, consumo de ração e TCE foi de 1,48% da dieta ou 3,43% da proteína dietética. O valor 1,40% de arginina dietética ou 3,25% de arginina na proteína acarretou a melhor CA. O uso da regressão segmentada foi o mais apropriado para determinação da exigência dietética de lisina e arginina. A relação A/E foi uma ferramenta confiável para estimar níveis de exigência em aminoácidos essenciais. Para determinar efeitos do uso do farelo de soja em dietas para a espécie, grupos de 12 juvenis de dourado (27,0±0,8g; 12,6±0,7cm) foram submetidos a um ensaio de desempenho alimentados com dietas formuladas com base nos seguintes ingredientes: farinha de peixe+aminoácidos sintéticos (FP), farelo de soja+aminoácidos sintéticos (FS) e mistura farinha de peixe+farelo de soja+aminoácidos sintéticos (MIX) (DIA; n=4). A excreção indireta de nitrogênio e fósforo dos animais foi avaliada por meio do monitoramento dos parâmetros de qualidade de água nos aquários utilizando lotes de 20 juvenis (74,3±10,6g; 18,7±0,8cm) nas mesmas condições experimentais e com o uso das dietas da primeira parte do ensaio (n=3). Foram coletadas periodicamente (0, 2, 4 e 6 h pós-alimentação) amostras de água para determinação de amônio (NH4 +), amônia total (NH3) e fósforo total (P). O uso do farelo de soja e a suplementação de aminoácidossintéticos revelaram-se alternativas eficazes para substituir ou minimizar o uso da farinha de peixe na dieta desta espécie. Devido os resultados pouco conclusivos da excreção de metabólitos nitrogenados e de fósforo, maiores esforços precisam ser realizados para esclarecer este tópico de extrema importância para a consolidação de uma aquicultura sustentável.