Tumores orais sólidos em cães: aspectos epidemiológicos e etiológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Carrilho, Marcella Collaneri
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-23092024-122120/
Resumo: O câncer é uma doença de causa multifatorial e é apontada como a maior causa de mortalidade de cães e gatos, indicando a importância da realização de estudos na área da oncologia veterinária. Segundo estudos epidemiológicos nacionais e internacionais, a cavidade oral detém cerca de 6% das neoplasias malignas em cães, sendo a quinta localização mais frequente nesta espécie animal. Um estudo publicado em 2019 demonstrou que o estado de São Paulo alberga cerca de 3.736.950,94 cães, sendo que a cidade de São Paulo (ou capital paulista) possui 1.919.656,32 cães (dados de 2013). Em estudos internacionais, constatou-se que as neoplasias malignas orais mais prevalentes em cães são o melanoma, o carcinoma de células escamosas e o fibrossarcoma. Sabe-se que há diversas causas externas (presentes no meio ambiente) e internas (como hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas) que podem levar ao desenvolvimento de câncer e que os fatores de risco e etiológicos podem interagir de diversas formas, iniciando o surgimento do câncer. Agentes químicos, físicos ou biológicos podem determinar alterações genéticas e/ou epigenéticas que culminam com o desenvolvimento de câncer. A etiologia e fatores de risco dos tumores sólidos orais em cães não é conhecida. Animais de estimação podem ser considerados sentinelas em relação à exposição às principais classes de contaminantes ambientais. Ao compartilhar o mesmo ambiente com seus companheiros humanos, os animais de estimação são expostos ao mesmo tipo de contaminantes, e por possuir uma maior sensibilidade e períodos mais curtos para o estabelecimento dos sintomas e o aparecimento da doença, eles podem ser usados como sentinelas. Estudos epidemiológicos analíticos observacionais caso-controle, utilizando animais em seu ambiente natural, são importantes ferramentas para identificar e caracterizar os determinantes do risco de câncer. Desta forma, o objetivo geral deste projeto é procurar evidenciar aspectos epidemiológicos e etiológicos dos tumores sólidos orais em cães por meio de estudo observacional analítico caso-controle. A pergunta deste estudo é: quais são os principais fatores externos e internos que contribuem para os tumores orais sólidos em cães? Para tanto, foi aplicado questionário epidemiológico a tutores de cães portadores de tumores orais sólidos (confirmados por laudo histopatológico) e igual número de cães saudáveis ou não portadores de tumores orais sólidos para controle. O questionário epidemiológico investigou a exposição a agentes ambientais e foi validado por pelo menos 3 publicações envolvendo linfomas caninos. Por meio da aplicação deste questionário, foi possivel obter informações sobre a raça, sexo e idade dos animais acometidos por tumores sólidos orais, além de informações sobre o local onde vive e hábitos dos cães e tutores. Análises uni e multivariadas dos dados obtidos por meio do questionário epidemiológico revelaram diferenças estatisticamente significantes entre a porcentagem de cães acometidos por tumores orais sólidos e os cães controle quanto aos seguintes fatores: idade, porte, castração, contato com o ambiente do churrasco, contato com rede sem fio, contato com incenso, tipo de alimentação e consumo de frutas e vegetais, além de tratamento periodontal. Conclui-se, por meio deste estudo, que foi possível detectar fatores que potencialmente podem contribuir para o desenvolvimento de tumores orais sólidos orais em cães. Ressalta-se a necessidade de novos estudos de epidemiologia do câncer animal, investigando mais aprofundadamente tais fatores, de forma a contribuir para a prevenção de neoplasias orais em cães