Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Bedoya Rueda, Carolina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-12122019-095232/
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Resumo: |
O registro sedimentar do Grupo Bambuí, Bacia do São Francisco, tem sido reinterpretado frente aos novos modelos tectônicos e paleoambientais relacionados ao limite Ediacarano- Cambriano. A evolução isotópica de carbono e estrôncio registrada nos carbonatos basais do Grupo Bambuí está diretamente relacionada aos processos de fechamento da bacia em resposta à orogênese Brasiliana-Panafricana. Através de um furo de sondagem de aproximadamente 175 m foi investigada uma sucessão carbonática da Formação Sete Lagoas na região de Arcos (MG), na qual foram realizados estudos petrográficos e análises isotópicas de alta resolução de C, O e Sr. A partir de dados isotópicos de C e Sr foi possível identificar os três intervalos quimioestratigráficos (CI) reportados para o Grupo Bambuí, que representam diferentes etapas evolutivas da Bacia do São Francisco. O CI-1 compreende os carbonatos basais desta formação e apresenta uma excursão negativa de 13C (valores de -3 a -5 As razões 87Sr/86Sr deste intervalo apresentam-se muito radiogênicas e não correspondem com daquelas esperadas para este período. O CI-2a representa o estágio de conexão da bacia com outras bacias epicontinentais de Gondwana resultante da transgressão marinha sobre o cráton, o que permitiu a homogeneização isotópica com os oceanos globais. Este intervalo compreende o segmento inferior da Formação Sete Lagoas, com valores de 13C próximos a +1 87Sr/86Sr ao redor de 0,7083 que coincidem com os observados para o Ediacarano tardio. Precedendo a excursão isotópica positiva de 13C, no limite das duas sequências basais de 2a ordem do Bambuí, o intervalo CI-2b corresponde ao intervalo de ocorrência de Cloudina sp registrado na porção intermediária da sucessão no norte da bacia, e apresenta um enriquecimento nas concentrações de Sr identificável em nível bacinal. Esta característica é observada em várias sucessões portadoras de Cloudina sp no mundo e marca importantes variações paleoambientais. Neste intervalo os valores de 13C são próximos de +1 as razões 87Sr/86Sr variam de 0,7075 a 0,7081 e não coincidem com aquelas esperadas para o limite Ediacarano-Cambriano. O CI-3, intervalo que corresponde à sequência superior desta formação, é marcado pela excursão positiva de 13C de +2 87Sr/86Sr entre 0,7080 e 0,7085. Estes dois últimos intervalos registram a fase em que a bacia perdeu conexão com os oceanos globais devido ao soerguimento dos orógenos circundantes. O ambiente restrito pode ter inibido a homogeneização isotópica e resultado numa circulação termohalina ineficiente, modificando o tempo de mistura oceânica e permitindo que controles regionais predominassem sobre os globais. Isso resultaria em alterações no ciclo hidrológico e geoquímico do Sr, causando maiores variações nas razões isotópicas em um curto período de tempo. Sob tais condições, as premissas oceanográficas modernas do isótopo de Sr não são cumpridas e correlações quimioestratigráficas globais devem ser feitas com cautela. |