Avaliação do tratamento com metformina e liraglutida em modelo de esteatose pancreática in vivo murino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Mariana de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5166/tde-31012023-184205/
Resumo: Introdução: Esteatose pancreática é o termo usado para definir o acúmulo de gordura no tecido exócrino e/ou endócrino do pâncreas. Já o acúmulo de gordura fortemente associado à obesidade e síndrome metabólica recebe o nome de Non-Alcoholic Fatty Pancreas Disease (NAFPD), sendo uma condição possivelmente reversível com perda de peso e / ou farmacoterapia. Apesar desse achado ser documentado há cerca de um século, ainda não há consenso na literatura que a NAFPD seja caracterizada como doença, porém recorrentemente essa condição vem se mostrado clinicamente importante, não existindo ainda certezas sobre a condução terapêutica e nem terapia farmacológica aprovada. Objetivos: Neste trabalho descrevemos a avaliação do tratamento com as drogas metformina e liraglutida, em modelo murino de esteatose pancreática não alcoólica. Métodos: A esteatose pancreática foi induzida em camundongos C57Bl/6 por meio de dieta hiperlipídica. Após a indução de esteatose pancreática in vivo, foi iniciado o ensaio de tratamento com metformina e liraglutida. Os animais foram divididos em grupos para avaliar o tratamento com as drogas de forma separada. Os grupos tratados com metformina receberam injeção intraperitoneal diária de 150 mg / kg / dia (dissolvida em salina 0,9%) durante 4 semanas. Já os grupos tratados com liraglutida, receberam injeção intraperitoneal diária de 10g/kg (dissolvida em salina 0,9%) a cada 24 horas durante os primeiros 14 dias, e após esse período, uma dose mais elevada de liraglutida 20g/kg por injeção intraperitoneal diária (dissolvido em salina 0,9%) a cada 12 horas, totalizando 4 semanas de tratamento. O peso, a glicemia desses animais foram aferidos ao longo e ao final do experimento, e os pâncreas foram captados para avaliação histológica por coloração de hematoxilina e eosina (H/E). Resultados: Nossos resultados mostram a geração de um modelo de esteatose pancreática em camundongo C57Bl/6 por meio de dieta hiperlipídica e posterior tratamento com metformina e liraglutida (Comitê de Ética em Uso de Animais FMUSP no 1398/20). Os camundongos que se alimentaram da dieta hiperlipídica tiveram aumento de peso e glicemia do que os camundongos que se alimentaram da dieta normal de forma significativa (**** p< 0,0001), bem como maior acúmulo de gordura nas biópsias pancreáticas coletadas do que os camundongos pertencentes ao grupo da dieta normal (* p< 0,0178). Após o tratamento com as drogas, somente o grupo tratado com liraglutida apresentou redução estatisticamente significativa no peso e glicemia, chegando a valores próximos ao grupo tratado com dieta normal (32 g - 31.70 ± 14.39, ** p< 0,0036 e 140 mg/dL - 139.8 ± 48.33, ** p< 0,0028, respectivamente), bem como diminuição histológica no acúmulo de gordura no tecido pancreático (* p< 0,0001). Conclusões: Esse trabalho contribuiu com a geração de um modelo de esteatose pancreática não alcoólica simples e reprodutível que poderá ser aprimorado e ser utilizado em futuros trabalhos permitindo melhorar a compreensão sobre a esteatose pancreática. Além disso, permitiu o avanço na elucidação de possíveis tratamentos com as drogas metformina e liraglutida, e ressaltou as possíveis implicações do tratamento com cada uma