O arquiteto em processos participativos de produção do habitat. Origem, formação e atuação profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Felipe, Joel Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16131/tde-17122024-110451/
Resumo: Os arquitetos escrevem sobre a arquitetura sobretudo tratando das dicotomias \'arte x construção\', \'belas artes x politécnica\', \'arquitetos x engenheiros\', e imobilizam a academia e o mercado de trabalho com falsos problemas. Esta tese aborda o estado permanente de crise da profissão naqueles aspectos onde sua utilidade não pode ser questionada e aponta porque a arquitetura se descola da realidade e das necessidades do país. Nela são recuperadas as origens da universidade e do ensino de arquitetura, as principais matrizes, influências e expoentes da profissão no país, e identifica a responsabilidade pela existência de uma arquitetura exuberante e reconhecida internacionalmente, construída pelo demiurgo que enxerga e discursa sobre as mazelas sociais, mas não ataca os problemas da exclusão social, cuja análise, discussão e encaminhamento de soluções são de responsabilidade da universidade e da arquitetura.As iniciativas de atividades extensionistas nos cursos de arquitetura que levam o estudante aos locais onde os problemas do habitat humano se manifestam são um alento para a transformação do ensino e devem ser estruturantes para uma nova escola de arquitetura. No interior da profissão, localiza-se o problema da existência de uma atividade branca e masculina: não há negros exercendo a arquitetura e as mulheres raramente são protagonistas dos processos de projeto, estando ausentes do seu comando e de equipes de arquitetos e destituídas de prestígio. Conclui-se que as ações afirmativas para raça e gênero são necessárias para inflexão na formação e prática profissional. Nesse contexto, os escritórios de assessoria técnica, na ação direta junto às comunidades e, apoiados por políticas públicas que sustentem esse trabalho, são também necessária e conjuntural opção para que os pés dos arquitetos se aproximem da terra, enquanto não se transformam os princípios sobre os quais se fundamenta hoje o ensino da arquitetura.