Estudos ecotoxicológicos e limnológicos nos reservatórios em cascata do médio e baixo rio Tietê: uma análise espacial e temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Rodgher, Suzelei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-15042016-134723/
Resumo: Entre os diversos impactos nos ecossistemas aquáticos, a construção de reservatórios talvez represente um dos principais agentes modificadores, inserindo alterações físicas, químicas e biológicas nos sistemas antes e após a sua construção. No Brasil, tal impacto também é singular, verificando-se o aproveitamento dos mesmos para a construção de barragens, principalmente as construídas em cascatas (sistemas Paranapanema, Tietê e São Francisco por exemplo), sendo que, neste padrão de construção, espera-se, na maioria das vezes, um efeito crescente do controle da qualidade da água, com o primeiro reservatório mais eutrófico que os demais por sua capacidade de reter materiais provenientes dos principais tributários. No estado de São Paulo, na região Sudeste, destacam-se os reservatórios de Barra Bonita, Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava, e Três Irmãos. Visando avaliar os impactos e contribuir com informações para monitorar as condições ambientais desses reservatórios, foram realizadas coletas de água e sedimento em quatro períodos distintos (outubro/99, fevereiro, maio e julho/00), em 15 estações de coleta, incluindo estações nos rios Tietê e Piracicaba e à montante e à jusante da barragem de cada um dos seis reservatórios, bem como no rio Bauru (um afluente bastante impactado de toxicidade com amostras de água e sedimento, utilizando-se Daphnia similis (em bioensaios de toxicidade aguda) e Ceriophnia dubia (em bioensaios de toxicidade crônica), análises de metais totais na água e biodisponíveis no sedimento, além do monitoramento de variáveis limnológicas (temperatura, pH, condutividade, oxigênio, dissolvido, material em suspensão, clorofila-a, nutrientes totais e dissolvidos). Os resultados obtidos para as variáveis limnológicas, de modo geral, revelaram diferenças na qualidade de água em relação às escalas espacial e temporal (efeitos de fatores climatológicos e hidrodinâmicos-vazão e tempo ) de retenção de água), com elevado aporte de nutrientes pelos rios Tietê e Piracicaba, além da incorporação, da sedimentação e da redução de materiais no reservatório de Barra Bonita, promovendo a melhoria da qualidade da água nos demais reservatórios, caracterizando assim, as primeiras estações como eutróficas e as demais como mesotróficas e oligotróficas. Concentrações de metais totais de água acima do limite estabelecido pela resolução CONAMA 20/1986 foram encontradas, bem como um aumento da fração biodisponível. Os ensaios revelaram toxicidade aguda para Dapnhia similis somente nos reservatórios localizados à justante da barragem de Barra Bonita, o que não seria inicialmente esperado. Tal fato pode estar relacionado às entradas difusas de poluição ou a presença de metais no sistema Tietê, os quais, no primeiro reservatório, estariam mais presentes na forma retida em função de sua maior incorporação (pela maior biomassa e pelo maior tempo de retenção), não causando toxicidade aguda aos organismos devido à parte dissolvida não ser tão elevada. Os resultados de toxicidade crônica, porém, configuraram um padrão diferente, verificando-se toxicidade em ordem decrescente (de Barra Bonita à Três Irmãos), na maioria dos períodos de amostragens, o que demonstra o estado de degradação ambiental nos reservatórios e a necessidade de estudos mais integrados para uma melhor avaliação ambiental.