Exuberância e invisibilidade: populações moventes e cultura em São Paulo, 1942 ao início dos anos 70

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Peres, Elena Pajaro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16072007-104536/
Resumo: Com esta investigação proponho o estudo da cultura por uma vertente não canônica, convergindo para o conteúdo humano, imaginativo e desejante presente na cidade de São Paulo na segunda metade do século XX. Para isso, trabalhei entre outras fontes com a obra de alguns mediadores culturais: Carolina Maria de Jesus, Plínio Marcos, João Antonio e Ozualdo Candeias, que se encontravam nas vias de comunicação entrecruzada entre a cultura formal, o espetáculo e o gesto espontâneo, inscrevendo suas impressões, de forma delicada, com um rústico alfabeto na superfície instável que era a cidade de São Paulo entre as décadas de 40 e 60, encantando com palavras, imagens, gestos e ritmos, ao mesmo tempo em que se deixavam encantar pela gestualidade, a exuberância e o transbordamento que os cercavam. Parti assim de uma concepção de cultura como criação móvel e movente, que envolve o uso experimental e tático de elementos dispensados por diferentes segmentos da sociedade e das sobras de tradições as mais diversas por parte daqueles que não tinham paradeiro, mas que buscavam um canto. O que traz em si o desvio (détournement) situacionista de Guy Debord, a caça não-autorizada (braconnage) de Michel de Certeau e a viração de João Antonio e Plínio Marcos, ou seja, a apropriação não permitida, nas fímbrias da invisibilidade, daquilo que é lançado pela sociedade e o seu uso em sentidos diferentes daqueles que foram determinados, não apenas com a intenção de sobrevivência, mas também, e foi o que aqui mais me interessou, com a possibilidade do \"desperdício\" da criação