Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Peres, Elena Pajaro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16072007-104536/
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Resumo: |
Com esta investigação proponho o estudo da cultura por uma vertente não canônica, convergindo para o conteúdo humano, imaginativo e desejante presente na cidade de São Paulo na segunda metade do século XX. Para isso, trabalhei entre outras fontes com a obra de alguns mediadores culturais: Carolina Maria de Jesus, Plínio Marcos, João Antonio e Ozualdo Candeias, que se encontravam nas vias de comunicação entrecruzada entre a cultura formal, o espetáculo e o gesto espontâneo, inscrevendo suas impressões, de forma delicada, com um rústico alfabeto na superfície instável que era a cidade de São Paulo entre as décadas de 40 e 60, encantando com palavras, imagens, gestos e ritmos, ao mesmo tempo em que se deixavam encantar pela gestualidade, a exuberância e o transbordamento que os cercavam. Parti assim de uma concepção de cultura como criação móvel e movente, que envolve o uso experimental e tático de elementos dispensados por diferentes segmentos da sociedade e das sobras de tradições as mais diversas por parte daqueles que não tinham paradeiro, mas que buscavam um canto. O que traz em si o desvio (détournement) situacionista de Guy Debord, a caça não-autorizada (braconnage) de Michel de Certeau e a viração de João Antonio e Plínio Marcos, ou seja, a apropriação não permitida, nas fímbrias da invisibilidade, daquilo que é lançado pela sociedade e o seu uso em sentidos diferentes daqueles que foram determinados, não apenas com a intenção de sobrevivência, mas também, e foi o que aqui mais me interessou, com a possibilidade do \"desperdício\" da criação |