Fricção das dânulas na desinfecção e o risco de dispersão: é possível controlar?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Gisele Tais Roldão de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29032019-154046/
Resumo: O uso de dispositivos para infusões intravasculares representa um desafio, principalmente, pela possibilidade da dispersão microbiana do local de inserção até a ponta do cateter. O procedimento de desinfecção poderá reduzir a colonização no sítio de inserção desses dispositivos, entretanto instiga uma série de questionamentos acerca da possibilidade de dispersão para o interior do lúmen, espectro de ação do antimicrobiano, e a técnica do procedimento de desinfecção. O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro o procedimento de desinfecção das dânulas/torneiras de três vias contaminadas propositalmente com Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, bem como a dispersão de soluções para o interior dos lúmens. Trata-se de um experimento laboratorial in vitro, controlado e desenvolvido em duas etapas: avaliação da dispersão bacteriana por meio da contaminação intencional com cepas padrão: S. aureus (ATCC 25923) e P. aeruginosa (ATCC 27853), e a dispersão de líquidos para o interior do conector por meio do corante cristal violeta a 1%, após a fricção com solução fisiológica ou álcool etílico a 70%, visando simular o processo de desinfecção. Todos os experimentos foram realizados em triplicata por três pesquisadores distintos. A fricção dos conectores com solução fisiológica demonstrou crescimento bacteriano (P. aeruginosa e S. aureus) no interior de 41,7% dos lúmens, no entanto não houve crescimento bacteriano nas amostras após a desinfecção com solução alcoólica a 70% (p<0,001). Com relação aos percentuais das ausências de dispersão de soluções para o interior dos lúmens das dânulas, observou-se que a fricção com as soluções fisiológica e alcoólica foram de 81,5% e 66,7%, respectivamente (p=0,079). Assim, a ausência do crescimento bacteriano no lúmen das dânulas após a fricção com solução alcoólica a 70% está associada a uma série de variáveis controladas as quais remetem a preocupação, principalmente, na possibilidade de dispersão de soluções desinfetantes para o seu interior. Nesse sentido, infere-se sobre os riscos que ameaçam a segurança das pessoas submetidas a infusões intravenosas, especialmente, no que concerne a execução do procedimento de desinfecção das dânulas