Perspectivas indígenas sobre e na internet: ensaio regressivo sobre a construção e o uso da comunicação em grupos ameríndios do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Renesse, Nicodeme Costia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-29062012-140714/
Resumo: Esta dissertação divide-se em duas partes, dedicadas respectivamente aos discursos indígenas sobre e na internet, por parte de grupos ou de seus membros envolvidos em experiências de inclusão digital. Trata-se de entender, pela análise desses enunciados, com quais razões e objetivos o uso deste meio de comunicação interessa, ou não, os agentes indígenas em questão, e de compreender, assim, suas perspectivas sobre as relações que constroem com a sociedade não-indígena e o papel da comunicação nessas relações. O trabalho aborda em particular as experiências suruí, ikpeng, kuikuro e guarani mbya, entre outros. A proposta, no título, de ensaio regressivo não remete a uma retrospecção histórica, mas a uma inversão metodológica. Se comumente etnografar significa acompanhar processos, proponho aqui fazer o contrário. Na presente impossibilidade de acompanhar processos de comunicação, lido com seus produtos: os discursos. Trata-se assim de proceder de uma forma um tanto reversa, de alcançar e compreender processos a partir de seus resultados. A análise desse material sugere que a comunicação, nos contextos considerados, consiste menos num esforço orientado para marcar diferenças que para conectar e articular o próprio universo cognitivo com o da sociedade não-indígena, estabelecendo equivalências e complementaridade.