Mutações causadoras de Beta-talassemia em Ribeirão Preto-SP: identificação e correlação com o fenótipo da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cominal, Juçara Gastaldi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-01072015-100939/
Resumo: A ?-talassemia, uma hemoglobinopatia, é caracterizada como um distúrbio hereditário monogênico onde a síntese das cadeias globínicas ? está alterada. Devido desiquilíbrio na relação entre as cadeias ? e ? produzidas, observa-se um excesso de cadeias ? livres, determinante da fisiopatologia da doença. As manifestações observadas são eritropoese ineficaz, hemólise extramedular, anemia, expansão medular, esplenomegalia, deformidades ósseas e acúmulo de ferro. Clinicamente classifica-se como ?-talassemia major (BTM) a forma mais grave da doença, devido à ausência de cadeias ? (?0) ou redução acentuada (?+) acarretando em dependência de transfusões sanguíneas periódicas, para sobrevivência. O traço ?-talassêmico (BTT) antes vistos como assintomáticos, também apresentam alterações, inclusive acúmulo de ferro e eritropoese ineficaz, mas não são dependentes de transfusão e tampouco passam por acompanhamento médico. Extremamente heterogênea, apresenta diversos fenótipos e mais de 300 alterações moleculares causadoras de ?-talassemia já foram descritas em todo mundo. O objetivo deste estudo foi identificar as mutações de ?-talassemia em Ribeirão Preto-SP e procurar associar tais alterações à avaliação hematológica e do status férrico, na tentativa de estabelecer uma relação genótipo-fenótipo. Para tanto, 27 BTM, 23 BTT e 28 controles foram recrutados no Ambulatório de Hemoglobinopatias, do HC/FMRP-USP de Ribeirão Preto. Por meio de PCR-Alelo Específico, pesquisamos as quatro mutações mais comuns no Brasil: CD39 (CAG->TAG), IVS1-110 (G->A), IVS1-6 (T->C) e IVS1-1 (G ->A). A distribuição foi 64% CD39, 26% IVS1-110 e 4% IVS1-6. A análise de covariância e comparação múltiplas, entre os grupos formados e o controle, revelou alterações hematológicas e no status férrico. Os pacientes BTM com a mutação CD39, em sua forma heterozigota ou homozigota, e heterozigotos para a IVS1-110, revelaram anemia grave e intensa sobrecarga de ferro. Os BTT heterozigotos para CD39 demonstraram comprometimento do metabolismo ferro e/ou eritropoese. A adoção de medidas paliativas e de monitoramento aos BTT faz-se necessária, uma vez que, alterações apresentadas associam-se a desordens graves, mas quando não negligenciadas podem ser facilmente prevenidas. A metodologia adotada demonstrou-se eficaz para a pesquisa das mutações estudadas. Embora tenhamos conseguido observar uma relação genótipo-fenótipo, um estudo multicêntrico da população brasileira proporcionará a identificação de mais relações, principalmente nos fenótipos menos prevalentes em nossa região, contribuindo para a compreensão da heterogeneidade da ?-talassemia.