Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Trad, Henrique Simão |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-13092018-144622/
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Resumo: |
Beta-talassemia é uma das doenças genéticas mais comuns no mundo, com graus variados de anemia crônica, tratados por transfusões sanguíneas rotineiras nos casos mais graves. A sobrecarga de ferro acentuada a que esses pacientes são submetidos é a principal responsável pela morbimortalidade, sendo o acúmulo de ferro no miocárdio e a doença cardíaca disso decorrente, a principal causa de morte nessa população. A ressonância magnética cardíaca (RMC) é ferramenta central no acompanhamento desses pacientes, utilizando-se da técnica T2*, capaz de determinar a presença e grau da deposição de ferro no miocárdio, modificando o tratamento da terapia quelante de ferro (TQF). Além disso, outros parâmetros volumétricos e funcionais obtidos no exame de RMC podem estar alterados nesses pacientes. Até a atualidade, inexistem estudos nacionais descrevendo uma população de pacientes beta-talassêmicos pelos parâmetros da RMC. Objetivos: 1. Caracterizar a partir dos diversos parâmetros dos exames de RMC, a população dos pacientes talassêmicos acompanhados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. 2. Avaliar o impacto dos diversos parâmetros da RMC com informações clinicas como mudança terapêutica, ocorrência de insuficiência cardíaca e óbito. Métodos: foram avaliados 44 pacientes com diagnóstico de beta-talassemia em seguimento no serviço de hematologia, para os quais foram solicitados exames de RMC na rotina clínica. Os exames incluíram sequências cine SSFP (steady state free precession) nos diversos planos cardíacos, incluindo uma sequência do eixo curto de ambos os ventrículos, esta utilizada para as medidas de volumes e função ventriculares. A sequência T2* utilizada foi gradiente eco com pré-pulso de saturação do sangue, com aquisição de 9 ecos consecutivos em apenas uma apneia. Sequência semelhante foi obtida para cálculo do T2* hepático. Foi feita revisão dos prontuários dos pacientes para avaliação dos dados clínicos. Resultados: 44 pacientes foram avaliados (25 do sexo masculino 56,8 %), com idade de 23,1±10,3 anos e diagnóstico de beta-talassemia maior em 30 casos (68,2 %) e talassemia intermedia em 14 casos (31,8 %). Foram descritos os volumes, massa e função para ambos os ventrículos, bem como a distribuição da medida do T2* miocárdico. Não foram observadas diferenças desses parâmetros entre os diferentes grupos de impregnação miocárdica pelo T2*. O seguimento médio do estudo foi de 4,0 (±1,1) anos com 4,7 (±1,6) exames por paciente. Foram identificados cinco pacientes com doença cardíaca e dois óbitos. Esses pacientes apresentaram redução significativa do T2* miocárdico, da fração de ejeção do ventrículo direito (VD), massa ventricular direita e esquerda e do volume sistólico final do VD, quando comparados aos indivíduos sem acometimento cardíaco reportado. Conclusão: Caracterizou-se a população de pacientes beta-talassêmicos acompanhados nesta instituição, em relação aos diversos parâmetros da RMC, salientando-se o impacto da introdução do método na mudança terapêutica. A medida do T2* miocárdico está correlacionada ao desenvolvimento de cardiopatia e pior evolução clínica, incluindo óbito. Acometimento do VD pode ser indicador precoce da impregnação miocárdica. |