Variações na acumulação de matéria orgânica, ao longo do holoceno, em sedimentos da região costeira de Ubatuba-São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Sonvesso, Simone Sandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21133/tde-01072008-103231/
Resumo: Mudanças na taxa de acumulação e na natureza da matéria orgânica sedimentar, e suas relações com as variações climáticas e flutuações do nível relativo do mar durante os últimos 8.500 anos cal. A.P. foram investigadas em dois testemunhos provenientes do Saco de Ribeira, Enseada do Flamengo, e junto à praia do Lázaro, Enseada da Fortaleza, na região de Ubatuba, litoral norte do Estado de São Paulo. Para o estudo as amostras coletadas foram submetidas a diversas análises - granulometria, teor de CaCO3, teores de Carbono orgânico, Nitrogênio e Enxofre totais, e razões isotópicas de carbono. Datações 14C, calibradas para a idade calendário, permitiram estabelecer um modelo de idades para as variações sedimentares detectadas. Intervalos de clima mais quente, 8.000-6.000 anos cal. A.P., foram acompanhados de um aumento na taxa de acumulação de carbono T.A.C. (10-13 g m-2 ano-1), seguida de diminuição após 5.000 anos cal. A.P., para valores inferiores a 2 g m-2 ano-1. Variações climáticas regionais, possivelmente relacionadas a chuvas torrenciais, próximos ao máximo transgressivo, de 5.100 anos 14C A.P., foram detectadas pelo aumento nos valores de T.A.C. (10-12 g. m- 2 ano-1), aumento nas taxas de acumulação de massa (T.A.M.) e deposição de sedimentos mais grossos, acompanhados de aumento na tendência continental da natureza da matéria orgânica. As maiores tendências continentais da matéria orgânica sedimentar, registradas aproximadamente entre 1.500-1.200 anos cal. A.P., podem ser decorrentes de uma oscilação negativa do nível do mar. No geral, todos os resultados estão de acordo com as curvas de variação do nível relativo do mar, já descritas na literatura. As análises sedimentares da região estudada revelaram um evento regressivo-trangressivo, que ainda não havia sido referido para o Estado de São Paulo. A partir de ~2.000 anos cal. A.P., o mar teria atingido um nível mais baixo que o atual, com o mínimo provavelmente entre 1.500-1.200 anos cal. A.P., e encontra-se em ascensão até os dias atuais. As características anóxicas e a matéria orgânica sedimentar de origem planctônica registradas junto à praia do Lázaro, em meio a condições de energia relativamente mais alta, em ~900 anos cal. A.P., foram consideradas como resultado de condições óxicas das águas, acompanhadas de altas taxas de produtividade, e subseqüente degradação da matéria orgânica, existentes no período anterior.