Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Möller, Beatriz Bertuzzo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-23112023-151522/
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Resumo: |
Introdução: Estima-se que o câncer em crianças e adolescentes (0 a 19 anos) corresponda até 3% de todos os tumores malignos. É uma das principais causas de óbito nesta faixa etária, e representa um importante problema de saúde pública. Nas últimas décadas, diversos países apresentaram aumento ou estabilidade das taxas de incidência, e queda nas taxas de mortalidade. Objetivo: Analisar as tendências das taxas de incidência e mortalidade do câncer em crianças e adolescentes no Município de São Paulo, e estimar os efeitos de idade, período e coorte de nascimento. Métodos: Trata-se de estudo ecológico de séries temporais. Os casos novos de câncer, entre 1997 e 2016, foram obtidos através do Registro de Câncer de Base Populacional do Município de São Paulo, e os óbitos, entre 1997 e 2021, a partir do Sistema de Informação de Mortalidade. Dados populacionais foram acessados através da página eletrônica da Prefeitura de São Paulo. Foram calculadas taxas de incidência e mortalidade brutas, específicas e padronizadas por sexo e idade. Para avaliar a tendência temporal do câncer, foram ajustados modelos de regressão múltipla, segundo sexo e faixa etária. Para avaliar a influência da idade, período e coortes de nascimento na tendência da incidência e mortalidade, foi utilizado o modelo idade-período-coorte. Resultados: Foram registrados 13.065 casos de câncer entre 1997 e 2016 e 4.130 óbitos entre 1997 e 2021. As taxas de incidência e mortalidade padronizadas por idade foram 195,2 por milhão e 49,7 por milhão, respectivamente. Durante todo o período, as taxas permaneceram maiores em crianças de 0 a 4 anos e adolescentes, ambos do sexo masculino. Os grupos diagnósticos mais comuns foram as leucemias (21,9%), linfomas (15,3%) e tumores do sistema nervoso central (11,8%). O grupo mais frequente em crianças de 0 a 14 anos foi a leucemia, em adolescentes do sexo masculino os linfomas, e do sexo feminino as neoplasias epiteliais e outros melanomas. Enquanto a proporção de linfomas e neoplasias epiteliais aumentou com a idade, a dos neuroblastomas, tumores renais e leucemias diminuiu, para ambos os sexos. O período entre 1997 e 2005 foi marcado pelo aumento das taxas de incidência em crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino (12,7 casos por milhão ao ano; IC = 9,0 : 16,3) e feminino (3,4 casos por milhão por ano; IC = -0,7 : 7,6) e entre 5 e 9 anos, em ambos os sexos (4,2 casos por milhão por ano; IC = 1,4: 6,9). A partir de 2005, a tendência foi de queda, para todas as faixas etárias. Entre 1997 e 2006, a taxa de mortalidade apresentou aumento apenas em crianças de 5 a 9 anos, em ambos os sexos (0,9 casos por milhão por ano; IC = -0,1 : 1,9). Após esse período, houve declínio contínuo das taxas para todas as faixas etárias. Foi identificado um componente importante deste comportamento, determinado pela coorte de nascimento. Conclusões: O câncer apresenta características específicas em crianças e adolescentes; as tendências de incidência e mortalidade contém diferentes componentes determinados por sexo, idade, período e coorte de nascimento. |