Amostragem e análise de dados edafo-bioclimáticos de um remanescente florestal no município de Pindorama (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Sparovek, Gerd
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20191220-105612/
Resumo: A amostragem e análise de atributos edáficos biológicos ou microclimáticos em florestas tropicais, marcadamente de elevada diversidade de espécies, é uma tarefa, no mínimo difícil. A elevada variabilidade, característica de cada atributo e sua distribuição espacial muitas vezes complexa na área, não seguindo tendências facilmente identificáveis justificam esta dificuldade. Além disto encontramos pouca disponibilidade de estudos básicos desenvolvidos para orientar a amostragem e a análise de dados para estas situações. Este estudo foi conduzido com o objetivo de definir a melhor estratégia de amostragem e análise de dados para alguns parâmetros que são utilizados em estudos de ciclagem de nutrientes num remanescente de vegetação natural situado no oeste do Estado de São Paulo. Para isto foi selecionada uma área de 500 por 200m (10ha) na parte central de um remanescente de uma floresta mesófila semidecídua de área total de 30ha, localizada no Município de Pindorama (SP) nas coordenadas 48°55’W e 21°13’S. Os atributos estudadosforam: produção de serapilheira acumulda sobre o solo e atributos químicos e granulométricos do solo em três profundidades. Os valores de produção de serapilheira apresentaram elevado coeficiente de variação, sem tendência definida de distribuição no espaço. Entretanto, houve evidências de dependência espacial em escala menor do que a escala mínima comparável considerada neste estudo ( 7m) , provavelmente de poucos metros, à distância entre árvores. Para a sua determinação não é necessário considerar a posição das observações e os coletores podem ser distribuídos, casualmente, no maior número possível e sua redistribuição periódica, ao acaso e a curta distância, pode reduzir o efeito da dependência espacial. O coeficiente de variação da precipitação interna foi pequeno. A dependência espacial entre os valores não ocorreu ou foi pouco evidente e a correlação entre os eventos foi pouco significativa. Para a sua quantificação quarenta coletores distribuidos casualmente na área, sem necessidade de redistribuição periódica, são suficientes. A quantidade total de serapilheira acumulada sobre o sole e dos elementos contidos nela apresentaram coeficientes de variação elevados e os valores se distribuíram ao acaso no espaço. Os teores dos elementos na serapilheira acumulada apresentaram coeficientes de variação mais baixos e a dependência espacial foi peculiar para cada elemento. A amostragem para a determinação da quantidade de serapilheira deve ser distinta da amostragem para a avaliação dos teores dos elementos contidos nela sendo que, no primeiro caso não há necessidade de localização dos pontos e é necessário um grande número de amostras e no segundo um menor número de amostras de localização conhecida deve ser considerado. A amostragem para a análise de atributos químicos não pode ser a mesma para as diferentes profundidades do solo. As amostras superficiais apresentaram dependência espacial a pequenas distâncias, relacionada, provavelmente, à presença de determinadas árvores ou grupamentos de árvores. O coeficiente de variação da camada superficial foi maior do que em subsuperfície, com exceção da saturação por bases e pH, que se apresentaram valores menores na superfície, fato atribuído ao processo de biociclagem de elementos. As amostras das camadas mais profundas, apresentaram dependência espacial a distâncias maiores, indicando que houve um controle do material de origem, posição no relevo ou dos processos pedogenéticos sobre a variabilidade. Na coleta de amostras superficiais é importante verificar a localização dos pontos de amostragem em relação às mudanças da cobertura vegetal da área devendo a coleta de amostras ser feita em várias transações curtas com intervalos amostrais de poucos metros. A coleta de amostras das camadas subsuperficiais também deve ser espacialmente referenciada, mas tomada em transeções ou malhas com distâncias maiores cobrindo toda a área. A coleta de amostras compostas não possibilita o estudo da relação dos atributos químicos do solo com a dinâmica superficial ou posição no relevo e material de origem. A análise de um número maior de amostras dos elementos de maior coeficiente de variação é recomendável. O fósforo foi o elemento de maior dificuldade de estudo. A estratégia de amostragem para determinações granulométricas pode ser semelhante a dos atributos químicos.