Discurso sobre a tuberculose: significância por e para sujeitos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Káren Mendes Jorge de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-07112012-155457/
Resumo: O adoecimento por tuberculose é um processo subjetivo e interpenetrado por saberes, discursos e práticas, produzidos histórico-culturalmente na vida social e nutridos em um interdiscurso (sobre a doença e o doente), que afeta o modo como o sujeito significa a sua experiência. Neste estudo, sustentamo-nos no arcabouço teórico-metodológico da análise de discurso de matriz francesa, que busca a compreensão dos processos de produção de sentidos, na relação da língua com sua exterioridade histórica e social. Partindo do pressuposto de que há uma constituição linguístico-histórica do sujeito discursivo, o estudo objetivou investigar como os discursos sobre a tuberculose afetam a (des)construção identitária do sujeito, que perpassa as constituições subjetivas em seu processo de adoecimento. Utilizando a abordagem qualitativa, foram realizadas dezesseis entrevistas registradas em áudio, no período de agosto a outubro de 2009, com sujeitos em tratamento de tuberculose em um hospital público do município de João Pessoa, Estado da Paraíba. O corpus de análise foi constituído pelas entrevistas transcritas mais as produções artísticas dos participantes como representações de seu processo de adoecimento. No gerenciamento do material de linguagem bruto, utilizou-se o Software Atlas.ti, que nos auxiliou no processo anterior às análises discursivas. O projeto deste estudo foi submetido à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa, de acordo com as orientações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Ao relacionar a tuberculose a comportamentos excessivos, alcoolismo, fraqueza, vida urbana e drogadição, os sentidos produzidos pelos sujeitos entrevistados foram regidos por formações ideológicas que identificam a tuberculose como situação de desaprovação social. Observamos que as formações imaginárias, que remetem ao lugar desse sujeito doente como usuário do sistema de saúde produzem o seu apagamento, a sua interdição. Concluímos que a ênfase no simbólico, mediante os símbolos de estigma, que acentuam a visibilidade do doente de tuberculose como desviante ou sujeito \"especial\" é o mecanismo mais importante de manutenção da estigmatização da doença e do doente.