Neologia antroponímica: o que os nomes de origem germânica têm a nos dizer?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Letícia Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-09092019-175043/
Resumo: Pesquisas em Onomástica ciência linguística que se dedica ao estudo dos nomes próprios (particularmente, neste caso, em Antroponímia: estudo dos nomes de pessoas) podem revelar diversos aspectos sobre certo povo ou cultura. Em face disso, este trabalho se concentra na análise, a partir de um dado recorte, do quadro antroponímico brasileiro referente à última década do século XIX, todo século XX e início do século XXI, a fim de compreender qual a atuação e importância dos nomes neológicos de pessoas. Para tanto, esta pesquisa se vale das contribuições da Etimologia e da Morfologia, além do esteio teórico da Linguística Cognitiva. Em específico, a análise se volta para os antropônimos neológicos que utilizam formativos germânicos em suas construções, visto que o fator histórico da ocupação da Península Ibérica pelos considerados povos germânicos influenciou no léxico antroponímico do Brasil, tal qual o vemos ainda hoje. O corpus analisado se refere aos arquivos da Ordem Terceira do Carmo, localizada no Centro Histórico da cidade de Salvador/BA. Tais arquivos se constituem de 10 tomos do Livro dos Termos dos Irmãos, dos quais analisaremos os quatro últimos por conta do período histórico. Verificou-se a presença de antropônimos neológicos por meio do critério de não constarem em alguns dos principais dicionários onomásticos em língua portuguesa: Dicionário etimológico da língua portuguesa - Tomo II, de Antenor Nascentes (1952), no Dicionário etimológico de nomes e sobrenomes, de Mansur Guérios (1981), e no Dicionário onomástico etimológico da língua portuguesa, de José Pedro Machado (2003). Dentre alguns resultados encontrados, é possível observar a nítida relação entre o aumento dos nomes neológicos e a abolição da escravatura e a retirada do registro civil das mãos da Igreja Católica, visto que tais acontecimentos oferecem certa liberdade para aqueles indivíduos que apenas podiam optar por nomes tradicionais, muitas vezes estritamente relacionados à tradição cristã, além do incremento da tendência de criar nomes neológicos para os indivíduos, de modo que, com o avançar dos anos, o número de ocorrências cresceu. Ainda, dentre os resultados, também se observa a recorrente utilização de estruturas composicionais bitemáticas, assim como a que se acredita ter sido herdada dos antropônimos germânicos, demonstrando, de fato, a influência de tal modelo morfolexical.