Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Santos, Luciane Loures dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-21122010-134128/
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Resumo: |
A aplicação das medidas preventivas, principalmente das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tem sido debatida mundialmente, já que poucos fatores de risco respondem pela maioria das mortes por DCNT, como o tabagismo, alcoolismo, obesidade e dislipidemias. A sistematização das medidas de promoção de saúde e prevenção de doenças (PSPD) pode contribuir para o trabalho das equipes de Saúde da Família, potencializando as suas ações e fortalecendo a Atenção Primária à Saúde (APS). Face ao baixo registro das medidas de prevenção das DCNTs no Brasil e à ausência de parâmetros na literatura nacional, comparamos a percepção dos profissionais e o registro das medidas de PSPD dos centros de saúde brasileiros com os serviços espanhóis, considerados referência no assunto. Realizamos um estudo descritivo e quantitativo, por meio da aplicação de um questionário aos profissionais e da análise dos prontuários dos serviços de APS de municípios de pequeno, médio e grande porte do Brasil e da Espanha. Entrevistamos 82 profissionais entre médicos (50%) e enfermeiros (50%), com elevado grau de especialização (77,5%). A maioria dos espanhóis tinha mais de 10 anos de formado (73%), e 54% atuavam na APS há mais de 10 anos, ao contrário dos brasileiros (63,2%) com uma formação mais jovem (menos de 6 anos de formado) e alta rotatividade na APS. Quase metade dos entrevistados (47,6%) relatou que qualquer encontro com o usuário é adequado para prevenção, enquanto outros preferem a consulta agendada (43,9%), a visita domiciliar (22%) e os grupos (22%). Já 86,6% desaprovam a consulta eventual como local para prevenção. A medida mais empregada pelos profissionais entrevistados foi o aconselhamento, seguida da vacinação e do rastreamento entre brasileiros, para os espanhóis o rastreamento foi mais citado que a vacinação. Apesar do aconselhamento ter sido o mais citado, o rastreamento foi a medida mais registrada pelos serviços estudados. O aconselhamento teve mais registros nos prontuários brasileiros que nos espanhóis, e o inverso ocorreu com a vacinação. Apesar de todos concordarem que a prevenção é importante parte da assistência, estarem motivados (96%) e possuírem conhecimento para aplicá-lo (94%), houve um baixo percentual de registro do rastreamento de tabagismo, alcoolismo e vacinação nos dois países. No Brasil, encontramos um alto percentual de rastreamento em algumas medidas entre os usuários, porém, quando analisamos a cobertura populacional (5%), esse valor fica abaixo da média espanhola (25%). Segundo os espanhóis, os obstáculos para aplicar as medidas preventivas são a falta de tempo, orientações conflitantes das sociedades, falta de incentivo e outras prioridades. Já para os brasileiros, a falta de incentivo e de interesse, o desconhecimento e a presença de medidas conflitantes são os maiores desafios. Os obstáculos refletem as realidades distintas e a necessidade de investimento em diferentes áreas. No Brasil faz-se necessário investir na formação dos profissionais e em instrumentos que auxiliem a equipe na aplicação das ações preventivas, enquanto na Espanha é possível que a reorganização do serviço, principalmente quanto à administração do tempo e criação de recomendações consensuais entre as sociedades, favoreça a aplicação das medidas preventivas pelos profissionais. |