Escaldadura das folhas da cana-de-açúcar: crescimento in vitro do agente causal (Xanthomonas albilineans), diagnose por planta teste e cura por termoterapia in vivo e cultura de ápice meristemático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1986
Autor(a) principal: Sordi, René de Assis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20220208-033732/
Resumo: Determinou-se a curva de crescimento in vitro Xanthomonas albilineans em meio de Wilbrink modificado, a 28°C e no escuro; seu patamar de crescimento foi de 7,5 a 8,5 x 108 UFC/ml, o que corresponde a uma densidade ótica de 0,15 a 0,20 no comprimento de onda de 625 nm, e 132 a 144 horas de incubação; a adição de 20% de extrato de células mortas de X. albilineans ao meio de Wilbrink modificado, propicia diminuição do período de "lag-fase" porém o número de células viáveis passa a ser menor. Estudando-se o seu comportamento quando exposta a diferentes regimes de temperatura, verificou-se que o crescimento in vitro a 40°C é praticamente nulo, porém a patogenicidade é mantida por até 96 horas; a taxa de crescimento diminui mas a patogenicidade não é perdida quando se faz alternância de 28°C e 40°C e mantém-se por até 72 horas quando muda-se de 28°C para 40°C, apesar de, neste caso, o crescimento ser paralisado. Testando-se o milho doce Cuba como planta indicadora para a escaldadura das folhas da cana-de-açúcar, verificou-se que o mesmo acusa sintomas quando inoculado com caldo de colmos que pelo menos apresentem descoloração vascular, sendo mais fácil quando o inóculo é de variedades suscetíveis, que não apresentem infecção latente; em cultura pura, apenas algumas células bacterianas inoculadas por injeção no palmito foliar do milho doce Cuba já induzem à manifestação de escaldadura, cujos sintomas foliares são influenciados pelas condições de luminosidade e a descoloração vascular pela presença de outros microorganismos como Fusarium moniliforme e Erwinia herbicola. O milho doce Cuba, porém, pode ser usado como planta-teste em qualquer fase de seu desenvolvimento, sendo um método prático e relativamente seguro. O milho doce Cuba propiciou a descoberta de um possível modo natural de disseminação da bactéria, pelas gotículas de gutação, pois acusou sintomas quando inoculado com estas gotículas retiradas de folhas infectadas de cana-de-açúcar, sugerindo que a escaldadura pode se transmitir no campo sem a interferência do homem. Testando-se a possibilidade de cura desta doença, constatou-se que termoterapia in vivo por até 40 dias a 40°C não foi um método eficiente. A associação de termoterapia in vivo e a cultura de ápices meristemáticos, propiciou altas porcentagens de cura. Porém, mesmo com aplicação de giberelina para maior alongamento dos colmos, e exposição das plantas à luz contínua para aumentar a resistência, houve aparecimento de escaldadura em alguns "explants" obtidos. Já que para esta doença não existe cura natural em variedades suscetíveis e o tratamento térmico a 50,5°C/2 horas também não é eficaz, sugere-se que está técnica desenvolvida no presente estudo seja uma nova opção complementar para a formação de viveiros matrizes de cana-de-açúcar com maior nível de sanidade.