Ajustamentos primários e secundários na instituição Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Roberta de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-15102018-145733/
Resumo: A Reforma Psiquiátrica brasileira defende o tratamento não asilar para indivíduos diagnosticados com transtornos mentais severos e/ou persistentes, principalmente através dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esta pesquisa propõe mostrar como se dá a dinâmica dos ajustamentos primários e secundários em uma unidade CAPS, levando em consideração as interações sociais e os discursos produzidos na instituição. Para isso, é utilizada a técnica de observação participante e a análise de documentos formais e informais. O diálogo teórico principal é com a produção de Erving Goffman e é tomado como contraponto o trabalho de Michel Foucault. Existem dois fatos que chamam a atenção na unidade pesquisada: o ativismo da equipe técnica e a obrigação de aprovação da pesquisa por um Comitê de Ética relacionado ao Ministério da Saúde. Verifica-se que a participação dos usuários modificou a forma como se dão as relações sociais na instituição. Em instituições não totais que buscam respeitar os direitos humanos, como o CAPS, há controle social e, consequentemente, resistência. O controle social imposto pela instituição gera, por parte dos pacientes, a necessidade de defender seus self dessas violações mesmo que esses possam ser consideradas mais sutis, em comparação com a realidade de um hospital psiquiátrico. Acredita-se que a fronteira entre os ajustamentos primários e secundários se tornou mais conflitiva e que essas questões foram reformuladas devido à participação dos usuários na instituição, o que leva a instituição a constantemente fazer acordos com os pacientes para manter o controle da instituição. Ao verificar na instituição os ajustamentos e as relações de poder através das interações e dos discursos dos atores sociais, pode-se dizer que uma característica nova na instituição CAPS, em relação ao hospital psiquiátrico, é a participação dos usuários na instituição e essa mudança produz acordos e conflitos entre usuários e membros da equipe multiprofissional.