Seria bom ter um dinheiro: histórias de trabalho e renda nos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Everton Roberto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-07062024-125319/
Resumo: Com a missão de cuidar em liberdade, ao longo do processo de desinstitucionalização psiquiátrica no país o número de Centros de Atenção Psicossocial saltou de 148 para mais de 2.800 em pouco mais de vinte anos. Voltados à pessoas com transtornos mentais persistentes ou à dependentes de álcool e outras drogas é visto como pedra angular na atenção à saúde mental no Brasil. Porém faltam monitoramento e avaliação dos serviços, transparência e incentivo à pesquisa para que os CAPS se desenvolvam plenamente em sua complexidade e possam oferecer reinserção no mundo do trabalho e atividades geradoras de renda, dentro e fora deles, para seus milhares de usuários e usuárias, visando sua reabilitação psicossocial, como determina a legislação. Muitos deles acabam marcados por sua condição e deslizam para zonas de desfiliação permanentes, vivem em situação de pobreza, tem ocupações consideradas como subemprego, não conseguem continuar suas atividades profissionais e o desemprego é predominante entre essas pessoas. Alijadas da educação, da família, em péssimas condições de moradia, em isolamento e sob forte tratamento medicamentoso, ficarão de fora dos sistemas de proteção e das redes de sociabilidade, o que agrava o estado de vulnerabilidade de quem já vive em desvantagem, apontando para um amanhã, no mínimo, nebuloso. Para transformar significativamente esse cenário, reduzir o sofrimento e preservar a dignidade dessas pessoas é preciso investir em ações afirmativas que valorizem a saúde mental. Por isso, fui à campo em Sorocaba - SP, ouvir as vozes de quem vive as mudanças no sistema psiquiátrico brasileiro e coletei uma série de entrevistas temáticas que foram entremeadeas a outras narrativas, dados oficiais, notícias de jornal, autores diversos, imagens e números, compondo uma História oral viva, vista de baixo e do tempo presente que visa promover uma reflexão sobre a área, chamar a atenção para a atual situação do serviço e garantir à milhares de brasileiros o pleno exercício de seu direito ao trabalho e à renda, livres do estigma e da discriminação, o que pode se configurar como uma estratégia a favor do pão de cada dia, da saúde, da vida e do futuro