A oralidade caricata, a língua indígena incorporada pelo cotidiano do Baixo Amazonas e a caricatura de personagens, como tentativa de universalizar valores sociopolíticos e pessoais dos brasileiros dos princípios do séc. XIX na obra ficcional de Inglês de Sousa, produção singular do compêndio literário dos finais do séc. XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Tessuto Junior, Edgard
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-11042016-121315/
Resumo: A presente dissertação intenciona fazer uma releitura crítica dos romances e dos principais contos de Inglês de Sousa (1853-1918): O cacaulista (1876), História de um pescador (1876), O coronel sangrado (1877) e O missionário (1891), e os contos Acauã, O gado do Valha-me-deus, todos insertos em Contos amazônicos (1893). Ancilados pelo cânone consagrado, mas, principalmente, pela crítica nortista e pelo artigo de Buarque de Holanda intitulado Inglês de Sousa: O missionário (1952), procuramos reaver o posto de destaque da literatura oitocentista a nosso autor de trabalho. Pensamos que a forma caricaturada de apresentar a região do Baixo Amazonas e de suas personagens na tentativa de universalizar o páthos caboclo faz de Inglês de Sousa um literato singular nos fins do séc. XIX. A fim de ressaltar quanto particular nosso autor pode ter sido para o compêndio, faz-se, nesta dissertação, ainda, arguta coleta de exemplos toponímicos e do cotidiano linguístico índio e português para embasar a tese de que a linguagem miscigenada pelo português com o tupi antigo e o nheengatu possa retratar o convívio etnicossocial amazônico que seus falantes na ficção representam. É importante que se ressalve que não é um trabalho de etnologia ou de sociolinguística, mas uma dissertação crítico-literária que pretende revisitar essa produção de Inglês fora dos moldes cristalizados em que a crítica consagrada costuma inseri-lo: não um naturalista, mas a de um autor de fluida linguagem que, inclusive, retrata a oralidade de forma caricata como tentativa de universalizar a linguagem amazônica. Ademais e por fim , interessou a Inglês de Sousa, de acordo com o que pensamos, evidenciar o quanto a realidade cabocla e situação sociopolítica desta era semelhante àquela pela qual passam os mais afastados recônditos do Brasil na metade introita do séc. XIX.