Influência de corredor florestal entre fragmentos da mata atlântica utilizando-se a avifauna como indicador ecológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Dário, Fábio Rossano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Ave
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-16022009-090354/
Resumo: O estudo foi realizado em área localizada na Serra do Mar, no domínio da Mata Atlântica, na formação florestal denominada Floresta Ombrófila Densa Atlântica, no Município de Paraibuna, Estado de São Paulo, Brasil, entre as coordenadas geográficas 23o 31 21 e 23o 32 36 de Latitude Sul e 45o 39 33 e 45o 41 54 de Longitude Oeste e 1.136 m de altitude. Foram estudados 3 fragmentos de vegetação natural de 46,92 ha, 4,28 ha e 26,38 ha e uma área de plantio de eucalipto adjacente, com sub-bosque bem desenvolvido, sendo a vegetação dos fragmentos, mata ciliar em estágio médio de regeneração secundária. O fragmento de menor área constitui-se num corredor de vegetação natural, interligando os 2 fragmentos maiores. O principal objetivo foi analisar os grupos de aves afetados pela fragmentação florestal e avaliar os impactos causados pela fragmentação e o isolamento destas áreas e, utilizando a avifauna como indicador ecológico, analisar a efetividade do corredor na passagem de material genético entre os fragmentos. Os métodos utilizados para o registro da avifauna foram o de observações por pontos fixos e captura e recaptura com auxilio de redes instaladas no sub-bosque dos fragmentos e do plantio de eucalipto, além das observações qualitativas realizadas entre os levantamentos. Considerando-se os métodos utilizados e as 4 áreas estudadas, foi possível registrar, em 80 horas de observações e 2.502 horas rede, 135 espécies de aves, distribuídas em 33 famílias e 14 ordens, sendo as principais guildas a insetívora, onívora e granívora, todas ocupando o sub-bosque.Através dos dados dos levantamentos foram analisados parâmetros como número de espécies, abundância, freqüência de ocorrência, diversidade, eqüidade, similaridade, composição das espécies e guildas alimentares. A composição de espécies foi afetada pela fragmentação e redução da área de vegetação natural. A quantidade e diversidade de aves apresentou relação direta com o tamanho do fragmento e estrutura da vegetação, e inversa com o grau de isolamento. Não houve a constatação da passagem pelo corredor, de nenhum indivíduo da avifauna tipicamente florestal. O registro de grande quantidade de espécies comuns aos 2 fragmentos e corredor, de diversos grupos tróficos e distribuídas nos diferentes estratos da vegetação, demonstra a existência de uma dinâmica entre estes ambientes. O corredor está funcionando como uma efetiva área de hábitat, complementando a cadeia de reserva existente. A sua largura está diretamente ligada a efetividade, no entanto, a largura ideal é uma medida empírica, pois existem diversas variáveis que podem estar interferindo no fluxo das espécies pelo corredor, como área, grau de isolamento, estrutura e composição da vegetação, efeito de borda, tipo de vizinhança e pressões antrópicas. Os plantios de eucalipto, mesmo com o sub-bosque bem desenvolvido, formam uma barreira para diferentes espécies da avifauna, principalmente as florestais.