Vidro e martelo: contradições na estetização do ruído na música

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Lilian Campesato Custódio da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-26012013-174403/
Resumo: O objeto deste texto é o ruído em sua relação com a música. Minha ideia é investigar, nem sempre num percurso linear, o papel que ele desempenha na música, especialmente no período que vai do início do século XX aos dias de hoje. Essa investigação não está voltada para um levantamento técnico, nem historicista do tema. Minha preocupação está mais voltada a uma camada mais profunda em que transparecem algumas conexões entre o que chamamos de pensamento musical e a própria cultura que engendra esse pensamento. O ruído é um elemento essencial para o entendimento de certos aspectos da Modernidade, especialmente no que diz respeito à produção musical (e porque não dizer, à produção das artes em geral) no período. O que pretendo mostrar é que muitas das contradições e tensões que alimentam a música moderna podem ser entendidas como movimentos em direção à aceitação ou rejeição do ruído. A ideia central deste texto é a de que existe um processo dialético recorrente na relação entre música e ruído. Como algo incômodo, marginal, o ruído tende a ser evitado, pois sempre traz o risco de desagregação de um sistema. Minha intenção é investigar a passagem do ruído, enquanto elemento desorganizador, para som quando incorporado na música. Essa relação se direciona a uma compreensão da maneira como o ruído, no século XX, tornou-se um elemento desestabilizador, instaurando uma tensão dialética entre sua rejeição e sua aceitação enquanto elemento musical.