Hiperinsuflação dinâmica e intolerância ao exercício em bronquiectasias não fibrose cística: correlação clínica, radiológica e funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nucci, Maria Cecilia Nieves Maiorano de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-15102019-082925/
Resumo: INTRODUÇÃO: A HD é um dos mecanismos responsáveis pela dispneia e redução da tolerância ao exercício em pacientes com condições que levam à limitação ao fluxo expiratório, como a asma e a DPOC. Os estudos realizados em pacientes com diagnóstico de DPOC demonstraram redução progressiva da capacidade inspiratória durante teste de esforço. Pacientes asmáticos, mesmo com espirometria normal, quadro clínico estável e sem asma induzida por exercício, podem apresentar limitação ao fluxo expiratório e HD durante esforço, justificando a presença de dispneia e menor capacidade para a realização de exercícios. A limitação ao exercício é um achado frequente em pacientes com bronquiectasias não fibrose cística e a HD pode ser um dos mecanismos envolvidos. A prevalência de HD em bronquiectasias é desconhecida, assim como fatores associados à sua ocorrência. Os principais objetivos deste estudo foram avaliar a prevalência de HD e a redução de capacidade aeróbica, investigar fatores associados à sua ocorrência em bronquiectasias e analisar mecanismos responsáveis pela redução da tolerância ao exercício nessa população. METODOLOGIA: Cento e quatorze pacientes com diagnóstico de bronquiectasias realizaram TECP, prova de função pulmonar completa, OF e TCAR. Foram avaliados CI durante o exercício e a capacidade aeróbica, além das associações entre redução de capacidade aeróbica e variação da CI durante o exercício com dados clínicos, funcionais e tomográficos, considerando a gravidade medida por diferentes escores prognósticos (FACED, E-FACED e BSI). RESULTADOS: Em uma população com idade média de 43±15 anos, VEF1 médio 48.7±19.8 (% pred), foi encontrada uma prevalência de HD de 68,4%. Avaliado pela OF, o grupo de pacientes com HD tem pior função pulmonar, maior grau de AE e acometimento de pequenas vias aéreas. Há redução da capacidade aeróbica em parcela significativa dessa população, 78% com V\'O2 < 84% pred, sendo que esses são mais jovens e apresentam pior função pulmonar, e a DLCO é um marcador independente de redução do V\'O2 pico. Pacientes com redução do V\'O2 pico apresentam redução de VE e VT, menores valores de CI no repouso e no esforço e pior pontuação em todos os escores de gravidade. Não houve associação entre presença de HD e redução da capacidade aeróbica e a extensão do acometimento radiológico não se associou com presença de HD ou pior capacidade aeróbica. CONCLUSÕES: A prevalência de HD durante o TECP, em pacientes com bronquiectasias, é elevada e se associa com pior função pulmonar e maior gravidade, indicando VEF1 como principal fator associado a essa condição. Por ser uma condição complexa, a combinação de testes de função pulmonar, imagem e teste de exercício deve ser utilizada. A redução da tolerância ao exercício também é frequente nessa população, sendo importante testar intervenções terapêuticas voltadas para pacientes com HD e redução da capacidade aeróbica