Acesso e acessibilidade ao rastreamento de câncer em mulheres brasileiras com lesão medular

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Boer, Renata
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-24082021-152802/
Resumo: A fim de reduzir a incidência do câncer, o diagnóstico precoce e os exames de rastreamento são utilizados como estratégias para a prevenção e controle da doença e devem ser ofertadas à toda população. Entre os cânceres que atingem a população feminina e que são passíveis de ações de rastreamento, estão os de colo de útero e de mama. Entretanto mulheres com deficiência não são submetidas ao rastreamento na mesma frequência que as sem deficiência, sendo mais propensas ao diagnóstico tardio. Este estudo teve como objetivo identificar e analisar a acessibilidade e o acesso de mulheres brasileiras com lesão medular (LM) para a realização de exames preventivos para o câncer de mama e colo de útero. Foi desenvolvido estudo quantitativo, exploratório e transversal, realizado em ambiente virtual com 120 mulheres brasileiras, com LM, traumática ou não, e idade acima de 25 anos. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e de associação entre as variáveis qualitativas por meio do Teste Exato de Fisher, quando identificada associação, foi realizada regressão logística. Este estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. A idade das participantes variou de 25 a 67 anos, com média de 42,30 anos (DP=10,11), provenientes de 18 estados brasileiros, 40,83% eram solteiras e 60,83% delas apresentavam LM traumática. Quanto ao rastreamento, 85,83% das mulheres foram ao ginecologista após a LM, 79,17% realizaram citologia e 52,50% mamografia. Observou-se que, mulheres que utilizavam a saúde suplementar apresentaram maior probabilidade de terem consultado com ginecologista do que as usuárias do serviço público (OR=4.534), aquelas com companheiro (OR=2.973) e as de maior idade (OR=2.391) apresentaram maior probabilidade de realização de citologia oncótica. Mulheres de maior idade (OR= 4.398), com maior renda (OR=4.375) e uso da saúde suplementar (OR= 4.486) apresentaram maior probabilidade de realizarem o exame clínico das mamas. Para a mamografia aquelas de maior idade (OR= 24.344) e que utilizavam a saúde suplementar (OR=2.391) apresentaram maiores chances de realizarem o exame após a LM. As principais dificuldades citadas pelas mulheres na realização dos exames de rastreamento foram relacionadas à estrutura física não acessível dos serviços de saúde, equipamentos sem adaptação para pessoas com deficiência e profissionais da saúde despreparados. Conclui-se que estes achados podem auxiliar a equipe multiprofissional no atendimento integral da saúde de mulheres com deficiência, observando-as além da LM e incluindo outros aspectos da saúde, como a prevenção do câncer.