Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Salgado, Mariah Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-17072024-114935/
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Resumo: |
As discussões apresentadas nesta dissertação inserem-se no quadro mais amplo dos debates acerca da fome e da insegurança alimentar no mundo. Partimos da concepção adotada por Holt- Giménez & Shattuck (2011) sobre a atual fase do sistema alimentar global, denominada regime alimentar corporativo, caracterizado pelo poder de mercado sem precedentes, por lucros recordes das empresas monopolistas agroindustriais – ao mesmo tempo em que vemos os níveis de fome e insegurança alimentar se agravarem ao redor do mundo – e por impactos negativos crescentes nos agroecosistemas. A noção de soberania alimentar, enquanto perspectiva crítica dos movimentos sociais na luta por uma agricultura sustentável, do ponto de vista social e ambiental, é apresentada como conceito chave para os debates sobre o direito humano à alimentação. Somase a isso a Agroecologia, apresentada por seus teóricos como um novo paradigma social (CAPORAL e COSTABEBER, 2009) capaz de responder às questões filosóficas em torno das relações sociais, e destas com a natureza, constituindo-se também enquanto um conjunto de práticas e técnicas produtivas para uma agricultura ecológica. Assim, o objetivo central deste trabalho foi, a partir do quadro de premissas descrito, abordar a problemática da comercialização da produção camponesa e da pequena agricultura familiar na particularidade da Rede de Agroecologia Povos da Mata, com especial atenção às experiências dos núcleos Serra Grande e Raízes do Sertão, localizados nos territórios de identidade Litoral Sul e Irecê do estado da Bahia, respectivamente. Procuramos entender como a formação de Circuitos Curtos de Comercialização (CCC) e de mercados alternativos, enquanto estratégia de comercialização e organização socioeconômica dos Sistemas Agroalimentares Alternativos (SAA) (RETIÈRE, 2014), são capazes de fortalecer a agricultura camponesa e a agricultura familiar de base agroecológica frente ao regime alimentar corporativo. Ademais, abordamos os limites colocados pela reprodução capitalista através da legislação nas transformações sociais propostas pelo movimento agroecológico. Buscando compreender em que medida a regulamentação da produção e certificação de produtos orgânicos reforça o processo de profissionalização do agricultor enquanto método de seleção daqueles que estão aptos a incorporar a modernização capitalista neoliberal da agricultura e aqueles que serão marginalizados (BRUNO, 2016). Por fim, problematizamos as categorias campesinato e agricultura familiar a partir das contribuições oferecidas por Wanderley (2003) através das noções de pontos de rupturas e continuidades |