Interação da serino protease SepA de Escherichia coli enteroagregativa com células epiteliais in vitro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Andrade, Fernanda Batista de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-08122021-163454/
Resumo: Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é definida como o patótipo de E. coli diarreiogênica que apresenta o padrão de adesão agregativo em células epiteliais. Após a colonização na mucosa intestinal, EAEC secreta diversas enterotoxinas e citotoxinas, dentre elas as proteínas denominadas serino proteases autotransportadoras de Enterobacteriaceae (SPATEs), classificadas em classe-1 (citotóxicas) e classe-2 (imunomoduladoras). SepA (Shigella extracelular protein A) é uma SPATE de 110 kDa de classe-2, que foi originalmente descrita em Shigella flexneri 5a e posteriormente em EAEC. A presença do gene sepA é um marcador associado à diarreia causada por EAEC, indicando que esta toxina tem um importante papel na sua patogênese. Entretanto, estudos caracterizando SepA como fator de virulência são restritos a S. flexneri. Nessa espécie, SepA participa da destruição e invasão do tecido epitelial, mas não apresenta efeito citotóxico em células HEp-2. No entanto, desestabiliza a integridade das junções oclusivas em células T84 polarizadas, através da ativação da cofilina. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivos avaliar a prevalência de sepA em uma coleção de EAEC isolada no Brasil, purificar SepA e analisar sua interação com as linhagens Caco-2, HEp-2, HeLa, HT-29, MDCK, Vero e Y-1, bem como a sua capacidade de induzir interleucinas em células HT-29. O gene sepA foi detectado em 13,5% das 193 cepas de EAEC e foi significativamente associado ao subgrupo de EAEC atípicas. SepA foi purificada em sua forma nativa a partir da cepa de S. flexneri 5a M90T, mostrando atividade biológica de serino protease. SepA causou alterações morfológicas nas células HeLa e HT-29, induzidas pela sua ligação à membrana dessas células, sem que ocorresse internalização. Os mesmos efeitos foram causados pela interação da cepa de EAEC produtora de SepA (BA732::pic) e a secreção dessa SPATE foi observada no foco de adesão das bactérias às células epiteliais. As alterações morfológicas em HeLa e HT-29 não levou à morte celular. SepA também foi capaz de induzir a produção de IL-8 nas células HT-29. Nossos dados indicam que, tal como em Shigella, SepA é um importante fator de virulência de EAEC, uma vez que induz efeito citopático e pró-inflamatório em células de origem intestinal humana, alterações sabidamente promovidas por EAEC em modelos experimentais.