Riscos de transmissão da doença de Chagas por transfusão sanguínea no estado de Santa Catarina, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Silva, Alcides Milton da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-02122020-135205/
Resumo: Introdução: A doença de Chagas atualmente é um problema de saúde pública não somente de áreas endêmicas da América Latina, mas também de áreas que sofreram com a imigração de indivíduos infectados. O Estado de Santa Catarina, considerado indene para esta enfermidade, recebeu nas últimas décadas elevado número de doadores de sangue naturais de áreas endêmicas que o expõe aos riscos da transmissão transfusional. Objetivo: Estimar a prevalência da infecção por Trypanosoma cruzi entre doadores de sangue e avaliar o risco de transmissão entre receptores nas Unidades Hemoterápicas das Regiões da Grande Florianópolis e Joaçaba, Estado de Santa Catarina, no período de 1990 a 1999. Material e Métodos: Trata-se de um estudo que tem como modelo estatístico uma coorte histórica retrospectiva, onde se pesquisou uma população de 159.829 doadores de sangue que realizaram doações em 3 Unidades Hemoterápicas do Estado de Santa Catarina, no período de 1990 a 1999. Para identificar a prevalência à infecção pelo T. cruzi nos participantes, foram empregados os exames de Elisa, Hemaglutinação Passiva e Imunofluorescência e avaliado o risco de transmissão transfusional entre receptores de sangue, nos serviços de hemoterapia do Hemocentro Regional de Florianópolis - HRF e Serviço de Hemoterapia do Hospital Universitário - SHHU/UFSC, localizados na Região da Grande Florianópolis e Hemocentro Regional de Joaçaba na Região de Joaçaba, Estado de Santa Catarina. No estudo de prevalência foram realizadas a análise descritiva de variáveis com distribuição de freqüências segundo a naturalidade, faixa etária, sexo, estado civil e ocupação. Para o cálculo do Risco Residual de Transmissão Transfusional utilizou-se o modelo (Incidência Ajustada x Período de Janela imunológica) descrito por CANUTTI JUNIOR, 1998, que mede a possibilidade de uma unidade hemoterápica transfundida transmitir doença. Resultados: Em 204.025 doações efetuadas, foram encontrados 294 casos de infecção por T. cruzi, observando-se uma prevalência de 150,53/100.000 primodoadores e 170,47/100.000 doadores de repetição na Região da Grande Florianópolis; 171,69/100.000 primodoadores e 0,00/100.000 em doadores de repetição na Região de Joaçaba, e 151,93 entre 100.000 primodoadores e 136,88 por 100.000 doadores de repetição no conjunto das 3 Unidades Hemoterápicas estudadas no Estado de Santa Catarina. O cálculo do Risco Residual de Transmissão Transfusional da doença de Chagas, indicou para a Região da Grande Florianópolis um resultado de 3,38 possíveis contaminações por 100.000 doações efetuadas; 0,00/100.000 para a Região cie Joaçaba; e de 2,42/100.000 doações para o Estado de Santa Catarina. Conclusões: Os dados mostram a presença de indivíduos infectados pelo T. cruzi que são detectados na triagem sorológica entre os candidatos a doação de sangue no Estado de Santa Catarina. Indicam também a existência do Risco Residual de transmissão transfusional da doença de Chagas no Estado, considerado indene livre de qualquer tipo de transmissão, o que sugere a necessidade de maior atenção de vigilância epidemiológica a essa enfermidade.