Programa de fonoterapia intensiva em pacientes com fissura labiopalatina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Gabriela Zuin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-15052019-191152/
Resumo: Objetivos: a) descrever um programa de fonoterapia intensiva (PFI) para tratamento das alterações de fala decorrentes da fissura labiopalatina; b) comparar os resultados de fala dos pacientes com fissura labiopalatina, antes (pré-PFI) e imediatamente após (pós-PFI imediato) o tratamento pelo PFI descrito no objetivo um; c) verificar se os resultados obtidos logo após o término do PFI (pós-PFI imediato) mantiveram-se após o período mínimo de seis meses (pós-PFI tardio). Métodos: a casuística foi composta por 20 pacientes com fissura labiopalatina (8 homens e 12 mulheres), com idade média de 28 anos, que apresentavam insuficiência velofaríngea e hipodinamismo das paredes faríngeas após a palatoplastia primária. Todos apresentavam inteligibilidade de fala prejudicada pela hipernasalidade e/ou articulações compensatórias (ACs). Devido à presença da velofaringe hipodinâmica, a cirurgia secundária foi contraindicada, sendo indicado, portanto, o uso de obturador faríngeo combinado a um PFI. O PFI teve 45 sessões de terapia (3 sessões ao dia), durante 3 semanas, apresentando a seguinte sequência de etapas: 1) percepção e controle da pressão/fluxo intraoral; 2) quantificação da pressão intraoral; 3) redução da pressão de ar nasal e aumento da pressão intraoral; 4) aproximação do som-alvo; 5) treino articulatório com pressão intraoral para produção do som-alvo; 6) automonitoramento dos sons-alvo sem pistas facilitadoras e 7) automatização dos sons-alvo em fala dirigida e espontânea. Os pacientes foram submetidos às seguintes avaliações antes de serem submetidos ao PFI (pré-PFI), imediatamente após o PFI (pós-PFI imediato) e após seis meses do término do PFI (pós-PFI tardio): a) avaliação perceptivo-auditiva da ocorrência de hipernasalidade e ACs foi realizada por 3 fonoaudiólogas experientes, a partir das gravações de 12 frases com recorrência de consoantes de alta pressão (protocolo BrasilCleft), da contagem de 1-20 e de fala espontânea; b) nasometria durante a leitura de um texto curto, constituído apenas por sons orais (Texto Oral) e de um bloco de 15 frases com recorrência de consoantes de alta e baixa pressão (protocolo BrasilCleft); c) espectro médio de longo termo (EMLT), durante a leitura do mesmo bloco de 15 frases usado para a nasometria. Resultados: os resultados de todas as avaliações (perceptivo-auditiva, nasométrica e EMLT) demonstraram melhora na fala da maior parte dos participantes no pós-PFI imediato e que esta melhora foi mantida após um mínimo de seis meses do término do PFI. Conclusão: o tratamento das alterações de fala de pacientes com fissura labiopalatina, por meio de um PFI estruturado, combinado com o uso de obturador faríngeo, demonstra ser um método rápido e eficaz para a correção da fala de pacientes com fissura labiopalatina/disfunção velofaríngea, podendo os seus resultados se manter estáveis após longo período de término do PFI.