Impacto da assistência fisioterapêutica em unidade de terapia intensiva no tempo de ventilação mecânica, tempo de internação e custos do paciente cirúrgico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Silva, Janete Maria da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5163/tde-22062012-094603/
Resumo: Estudos baseados em parâmetros fisiológicos tem mostrado que a fisioterapia tem papel imperativo na assistência de pacientes pré e pós-operatórios. Os efeitos da assistência fisioterapêutica na unidade de terapia intensiva (UTI) sobre o tempo de ventilação mecânica invasiva (VMI), tempo de internação e mortalidade do paciente crítico não foram elucidados. Tampouco, estudos sobre o impacto do turno diário da assistência fisioterapêutica nestes desfechos tem sido realizados. A despeito disto, e, possivelmente, baseadas na experiência clínica, as UTIs brasileiras adotarão turnos de 18 horas de assistência fisioterapêutica na UTI para atender a uma regulamentação governamental. O objetivo deste estudo foi comparar o efeito da assistência fisioterapêutica na UTI em turno diário de 24 horas (Fisio-24) ao turno diário de 12 horas (Fisio-12), sobre o tempo de VMI, tempo de internação na UTI, frequência de complicações respiratórias relacionadas a VMI e custos indiretos de pacientes pós-operatórios. Este estudo observacional, prospectivo, de coorte incluiu 114 pacientes de UTIs com Fisio-12 e 152 pacientes de UTIs com Fisio-24 em condição pós-operatória, idade 18 anos, submetidos a VMI por 24 horas e admitidos na UTI para rotina pós-operatória. Foram coletados dados demográficos e cirúrgicos. Os desfechos primários deste estudo foram tempo de VMI, tempo de internação na UTI, complicações respiratórias relacionadas a VMI e custos indiretos. O desfecho secundário foi o dia-livre de ventilação (VFD). Os custos foram avaliados através do Omega French Score que compreende três categorias (Omega 1, 2 e 3). Um modelo de regressão linear múltipla (MRL) foi construído para verificar a associação entre o turno diário de assistência fisioterapêutica na UTI e o tempo de VMI. A despeito dos pacientes Fisio-24 serem mais velhos (p=0,002), possuírem maior número de comorbidades (p=0,001), maior frequência de risco cirúrgico moderado a alto (p=0,003), maior frequência de complicações intra operatórias (p=0,012) e insuficiência renal aguda dialítica (p<0,001), comparados aos pacientes Fisio-12, apresentaram melhores desfechos clínicos, tais quais, menor mediana de tempo de VMI (4 dias versus 6 dias; p=0,002), maior mediana de VFD (24 dias versus 21 dias; p=0,004) e menor mediana de tempo de internação na UTI (10 dias versus 15 dias; p=0,015). Não foi encontrada diferença na frequência de complicações respiratórias relacionadas à VMI entre os dois grupos (p=0,704), embora pacientes Fisio-24 tenham recebido mais sessões de fisioterapia respiratória durante a internação na UTI (25 versus 20 sessões; p=0,014). Pacientes Fisio-24 apresentaram menor pontuação do Omega 2 (p=0,007). O MRL manteve como variáveis explicativas o número de sessões de fisioterapia respiratória, APACHE II, realização de Neurocirurgia e o turno diário de assistência fisioterapêutica na UTI. Mantidas constantes as outras variáveis explicativas, a presença de Fisio-24 na UTI reduziu o tempo de VMI em 2,80 unidades. Concluí-se que pacientes pós-operatórios admitidos em UTIs com Fisio-24 apresentaram menores tempo de VMI e tempo de internação na UTI, maior VFD, contudo, não foi encontrada diferença na frequência de complicações respiratórias relacionadas à VMI entre Fisio-12 e Fisio-24. A redução da pontuação de Omega 2 nos pacientes Fisio-24 não foi suficiente para promover diferenças no custo indireto entre os grupos