Trajetória de mulheres com câncer de mama: dos sinais e sintomas ao tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Gonçalves, Leila Luiza Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/83/83131/tde-22012014-144735/
Resumo: O atraso no diagnóstico e na implementação do tratamento, principalmente, entre as mulheres com câncer de mama sintomático é considerado uma importante causa da mortalidade feminina por essa doença. A falta de acesso aos serviços de saúde e às medidas de detecção precoce tem contribuído de forma significativa para a alta incidência do diagnóstico do câncer de mama em estadios avançados. Este estudo observacional de corte transversal teve como objetivo geral: analisar a trajetória de mulheres com câncer de mama na busca de atenção à saúde, desde a detecção de sinais e sintomas até o tratamento e objetivou, especificamente, identificar o sinal ou sintoma determinante na procura de assistência em saúde, os intervalos de tempo na condução dos casos de câncer de mama, as barreiras e as facilidades no acesso a serviços de saúde e verificar a associação entre atraso superior a três meses e aspectos sociodemográficos e estadio clínico. A amostra foi composta por 100 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, com idade superior a 18 anos, residentes em Sergipe, quando detectada a alteração na mama, e que iniciaram quimioterapia neoadjuvante ou adjuvante em ambulatório público de oncologia clínica, localizado em Aracaju-SE, entre 1º/08/2011 e 31/12/2012. Para a coleta dos dados, realizada no período de 1º de outubro de 2011 a 31 de dezembro de 2012, utilizaram-se o roteiro de entrevista semiestruturada e o formulário de coleta de dados em prontuário. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e paramétrica, utilizando-se o método de reamostragem de bootstrap. Constatou-se que a idade mínima foi de 23 anos e a máxima foi de 77 anos, sem predomínio da neoplasia em uma determinada faixa de idade, a maioria das mulheres residia fora da capital sergipana, e afirmaram viver com companheiro. A cor parda prevaleceu entre as entrevistadas, 36,0% possuíam grau de escolaridade baixa e 70,0% pertenciam às classes C, D e E. Quanto ao câncer de mama, predominou o carcinoma ductal invasivo em estadios clínicos avançados, sendo detectado pela palpação acidental do nódulo. A neoplasia foi inicialmente tratada cirurgicamente, em sua maioria, por meio da mastectomia. A primeira consulta foi, em sua maioria (51%), realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos exames de imagem que foram custeados em 65%. A atenção ao câncer de mama teve tempo mínimo de 0,33 mês e máximo de 64,5 meses, com média aproximada a dez meses. Entre as entrevistadas, 34% adiaram cuidados ao câncer de mama, 66% relataram dificuldades e 98%, facilidades no acesso à atenção em saúde à neoplasia. Concluiu-se que existe atraso total superior a três meses na atenção ao câncer de mama para a maioria das mulheres investigadas, porém sem associação com variáveis sociodemográficas e estadio clínico. As sergipanas, em sua trajetória de atenção em saúde ao câncer de mama, encontram barreiras em todas as etapas, com destaque para a falta de informação sobre a patologia e o predomínio da lista de espera para agendamento de consultas, exames e tratamentos