Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Moura, Eduardo Turiani Hourneaux de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-17012023-171127/
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Resumo: |
Introdução: Acalásia é um distúrbio motor esofagiano benigno, que se caracteriza pelo relaxamento incompleto do esfíncter inferior do esôfago em resposta à deglutição associado a aperistalse do corpo esofágico podendo ser classificada como primária ou idiopática e a secundária quando resultante de outra doença sistêmica. Disfagia progressiva e perda de peso são sintomas frequentes. O diagnóstico habitualmente raio-X contrastado do esôfago-estômago-duodeno, a endoscopia digestiva alta e a manometria esofágica convencional ou de alta resolução. O tratamento da acalásia, não é curativo, baseia-se na redução da pressão do esfíncter inferior do esôfago, que pode ser alcançada por drogas, injeção de toxina botulínica, dilatação pneumática, miotomia endoscópica ou miotomia cirúrgica. Método: Comparar em ensaio clínico randomizado a eficácia entre a abordagem cirúrgica por meio da cardiomiotomia com fundoplicatura parcial videolaparoscópica e a miotomia endoscópica peroral no tratamento de pacientes portadores de acalásia sem tratamentos prévios, independente de sua etiologia, no período de 1 ano. Os objetivos primários foram a melhora dos sintomas e a ocorrência de esofagite de refluxo, enquanto que os objetivos secundários foram avaliar a altura da coluna de bário com 1 e 5 minutos, pressão do esfíncter inferior do esôfago, eventos adversos, tempo de internação, tempo de anestesia, tempo de procedimento e qualidade de vida. Foram avaliados 40 pacientes adultos, portadores de acalásia do esôfago, não submetidos a nenhuma modalidade prévia de tratamento da disfagia, oriundos de um centro único. Resultado: Um total de 40 pacientes foram aleatoriamente designados para miotomia com fundoplicatura parcial videolaparoscópica ou para a miotomia endoscópica. O período de acompanhamento foi de um ano. Não houve diferença estatística entre os dois grupos em relação ao objetivo primário; melhora dos sintomas no seguimento de 1 mês, 6 meses e 1 ano (p=0,192, p=0,242 e p=0,242), entretanto, em relação a taxa de esofagite, os pacientes que realizaram o POEM tiveram taxas mais elevadas de esofagite em comparação com o grupo que realizou CM-FP-VLP, com significância estatística, em 1 mês, 6 meses e 1 ano após o procedimento (p = 0,014; p < 0,001; p = 0,002). Após 1 mês, 6 meses e 1 ano as taxas de esofagite foram 0,0%, 5.6% e 11.1% no grupo CM-FP-VLP e 29,4%, 62,5% e 64,6% no grupo do POEM, respectivamente. Na análise por intenção de tratamento, não houve diferença estatística entre os dois grupos com relação aos valores da altura da coluna de bário com 1 e 5 minutos no seguimento de 6 meses e 1 ano (p= 0,429 e p= 0,773), também não houve diferença estatística entre os dois grupos nos períodos de seguimento de 6 meses e 1 ano (p=0,848) em relação a diminuição nos valores da PEM. Também não houve diferença estatística com relação aos eventos adversos entre os procedimentos (p= 0,605), não houve diferença estatística entre os dois grupos com relação ao tempo de internação (CM-FP-VLP: 3,95 ± 3,36 dias; POEM: 3,40 ± 0,75 dias; p = 0,483), entretanto, no grupo do POEM observou-se menor tempo de anestesia (185,00 ± 56,89 min) e menor tempo de procedimento (95,70 ± 30,47) em comparação com o grupo CM-FP-VLP (296,75 ± 56,13 min e 218,75 ± 50,88 min) (p<0,001). Em relação a avaliação da qualidade de vida SF-36, no grupo POEM, houve melhora em todos os domínios no seguimento pós-procedimento em relação ao pré-procedimento, enquanto que no grupo CM-FP-VLP, houve melhora em 3 domínios. Conclusão: As técnicas de miotomia cirúrgica e endoscópica, são procedimentos igualmente eficazes no controle dos sintomas (disfagia, dor, regurgitação e perda de peso) e em relação a ocorrência de eventos adversos, tempo de internação e qualidade de vida. Entretanto há uma maior taxa de refluxo gastroesofágico, menor tempo de anestesia e menor tempo de procedimento no grupo da miotomia endoscópica |