Determinantes clínicos de dependência e qualidade de vida em idosos atendidos em um ambulatório de cardiologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Rodrigues, Giselle Helena de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-01022011-164547/
Resumo: INTRODUÇÃO: Com o envelhecimento da população, a prevalência de doenças crônico-degenerativas sofreu aumento progressivo. A repercussão dessas doenças sobre a capacidade funcional foi reconhecida. Outro parâmetro de saúde é a \"qualidade de vida\" ou, preferivelmente, \"qualidade de vida relacionada à saúde. A avaliação destes parâmetros emergiu como parte importante do exame clínico do idoso. Na população idosa, as doenças cardiovasculares destacam-se pelo enorme impacto epidemiológico e clínico. Elas, geralmente, vêm associadas a outras afecções, inclusive neuropsiquiátricas. Esse conjunto de problemas pode comprometer a independência e a qualidade de vida do idoso que busca tratamento cardiológico. Esses parâmetros de saúde têm sido relativamente pouco contemplados pelos cardiologistas. OBJETIVO: Avaliar, em uma população de idosos atendidos em um ambulatório de cardiologia de um hospital de referência, se os determinantes clínicos mais relevantes de dependência e de qualidade de vida são doenças e fatores de risco cardiovascular ou ainda comorbidades, particularmente as neuropsiquiátricas. MÉTODOS: Os idosos deste estudo foram selecionados aleatória e consecutivamente. Aqueles com déficit cognitivo não foram considerados para o cálculo da qualidade de vida. A avaliação clínica dos pacientes foi feita por uma única médica de acordo com os dados obtidos em seus prontuários clínicos. Os pacientes foram ainda atendidos por uma única psicóloga que aplicou um conjunto de quatro questionários: HAQ, SF-36, PRIME-MD e Mini Exame do Estado Mental. RESULTADOS: O estudo incluiu 1020 idosos, 646 (63,3%) mulheres e 374 (36,6%) homens, entre 60 e 97 anos (média: 75,56 ± 6,62 anos). Nesta população, 61,4% mostrou-se independente ou com dependência leve. O escore total de qualidade de vida foi elevado (HAQ: 88,66 ± 2,68). 87,7% dos pacientes apresentou escore total do SF-36 > 66. No domínio emocional, 44,7% apresentou índices elevados de qualidade de vida (SF-36 > 66). Idosos entre 90 e 97 anos apresentaram escores do SF-36 acima da média: 66,66 ± 4,59, no domínio emocional. A regressão logística mostrou que a associação entre os diagnósticos e graus elevados de dependência foi significante (p<0,05) para: ausência de atividade física (OR: 0,08), obesidade (OR: 2,24), acidente vascular cerebral prévio (OR: 1,97), déficit cognitivo (OR: 3,17), osteoartrite (OR: 1,64) e depressão maior (OR: 2,76). A associação entre os diagnósticos e graus mais baixos de qualidade de vida permaneceu significante para: fibrilação atrial (OR: 0,61), osteoartrite (OR: 1,79), depressão maior (OR: 6,09) e depressão menor (OR: 1,91). CONCLUSÃO: Em uma população de idosos atendidos em um ambulatório de cardiologia de um hospital de referência, os determinantes clínicos mais relevantes de prejuízos para dependência e qualidade de vida são as comorbidades não cardiovasculares, particularmente as neuropsiquiátricas