Jornalismo popular: voz sem povo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Meneses, Leda Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-05072009-205717/
Resumo: Esta pesquisa investiga o jornalismo popular. No âmbito conceitual, busca elementos que ajudem na discussão e elucidação dessa categoria de jornalismo. Paralelamente à construção teórica do popular, levanta aspectos fundamentais dos jornais Agora São Paulo, Diário de São Paulo e Jornal da Tarde, tais como desempenho nas vendagens e possíveis contradições entre o que é proposto e efetivado. A escolha de tais veículos se justifica por serem considerados veículos populares por parte das empresas que os editam. Também são assim rotulados pelos institutos de pesquisa de opinião, agências de publicidade e jornaleiros. Nossos estudos levam-nos a crer que estes jornais só podem ser apontados como populares em virtude das faixas de consumidores às quais se destina. A presença popular começa e se encerra no ato da compra do exemplar. Em suas páginas, o discurso preponderante é o do poder, em suas diversas formas. O povo, quando aparece, é mero figurante muitas vezes, ridicularizado - no cenário cujos protagonistas são, quase inexoravelmente, os donos do poder. Desta forma, os veículos que poderiam e deveriam, segundo os princípios da ética profissional - ampliar os lugares discursivos historicamente destinados aos mais pobres, deixam de fazê-lo, reduzindo sua atuação ao âmbito do chamado jornalismo de serviço, a tradução contemporânea do jornalismo popular, tão vazia quanto a anterior, plena de apelo policial e sensual. O ponto de vista dos que sofrem as ações do Poder, suas idéias, vivências, lutas e crenças, continua longe dos jornais populares paulistanos. Até quando?