Influência da temperatura na determinação do sexo e do crescimento de jacarés-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)

• Ano de defesa: 2004
• Autor(a) principal: Miranda-Vilela, Maristela Parra
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: CRESCIMENTO ANIMAL; DETERMINAÇÃO DO SEXO; INCUBAÇÃO DE OVOS; JACARÉ-DE-PAPO-AMARELO; TEMPERATURA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20200111-154715/

Os objetivos do presente estudo foram o de descrever o padrão de determinação sexual pela temperatura de incubação dos ovos em jacarés-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) e avaliar a influência da temperatura de incubação e da temperatura ambiente no crescimento de filhotes em cativeiro. Dois experimentos foram realizados entre dezembro de 2000 e outubro de 2002 para este fim. No experimento 1, ovos provenientes da colônia em cativeiro da ESALQ/USP foram artificialmente incubados sob diferentes temperaturas (28, 30, 32 e 34°C, precisão de ± 0,5°C). O experimento 2 teve duas fases. Na primeira, filhotes produzidos no experimento 1 foram mantidos em caixas aquecidas, à temperatura constante (32°C, precisão de ± 1°C). Na segunda, filhotes produzidos à temperatura de incubação com maior taxa de eclosão (estimada a partir dos resultados do experimento 1 em 31,8°C com precisão de ± 0,5°C) foram mantidos em caixas aquecidas sob diferentes temperaturas ambientes (28, 30, 32 e 34°C com precisão de ± 1°C). Os resultados do Experimento 1 foram os seguintes: a) Apenas fêmeas foram produzidas a 34°C; predominantemente machos foram produzidos a 30°C; e machos e fêmeas foram produzidos entre 30 e 32°C; b) O padrão de determinação sexual pela temperatura de incubação encontrado para a espécie em nossas condições foi o de Fêmea-Macho (FM), diferente do padrão usual Fêmea-Macho-Fêmea (FMF), descrito para outros crocodilianos, inclusive o próprio jacaré-de-papo-amarelo na Argentina; c) A mortalidade de embriões foi total a 28°C; e, d) a temperatura de incubação com a máxima taxa de eclosão foi estimada em 31,8°C, com igual produção esperada de machos e fêmeas. Os resultados do Experimento 2 foram os seguintes: a) A temperatura de incubação não influenciou a taxa de crescimento e o ganho de peso mas afetou a morfometria craniana de filhotes; b) Houve um significativo efeito de ninhada no padrão de crescimento dos filhotes; c) A temperatura ambiente afetou significativamente a taxa de crescimento e o ganho de peso dos filhotes; e, d) o máximo crescimento e ganho de peso ocorreram a 34°C.