Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Júnior, Ronald Vilella dos Santos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21136/tde-19052022-105726/
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Resumo: |
O Canal de São Sebastião é um canal costeiro, heterogêneo em sua distribuição sedimentar e complexo em relação à hidrodinâmica, separando o continente da Ilha de São Sebastião. Por sua complexidade, importância e carência de dados em subsuperfície, o presente trabalho buscou compreender a evolução do canal por meio de sua geomorfologia atual e pretérita. Para isso, fez-se uso de fontes acústicas por métodos sísmicos e sonográficos que permitiram a identificação e o mapeamento de feições geomorfológicas, bem como estruturas geológicas, em superfície e subsuperfície. Por meio de modelos digitais de terreno, realizou-se a reconstrução das feições que, inclusive, possibilitaram a identificação de paleoambientes ao associá-los com datações e análises sedimentológicas provenientes de testemunhagens. Os resultados constataram: um vestígio de ligação entre a Ilha de São Sebastião com a Serra do Mar por meio da proximidade do embasamento rochoso ao centro do canal, produto do recuou erosivo da serra e passagem de drenagens; uma paleosuperfície (Paleosuperfície Norte) associada ao ambiente de mar baixo com idades superiores a 45 mil anos, possuindo uma distribuição por toda a porção norte e, possivelmente, perpetuação abaixo do pontal arenoso e a região de deposição. Por estar relacionada ao ambiente de mar baixo, a feição mais profunda ao longo da margem insular pode ser indicativo de passagem de drenagem; em seguida, as evidências de mar alto dispostos na literatura corroboram para que o pontal arenoso, antiga ilha barreira, tenha seu período de formação entre 45 a 25 mil anos; posteriormente, a regressão marinha possibilitou a passagem do antigo rio Juqueriquerê pelo canal, com maiores proporções em relação ao atual, o que geraria a Paleosuperfície Central distribuída ao centro do canal seguindo em direção ao sul pela calha primária, havendo a hipótese que seja acúmulo de gás em função da alta amplitude do refletor e mascaramento das camadas subjacentes; com a rápida transgressão marinha, após os 9.500 anos A.P. iniciou-se uma curta fase de ambiente mixohalino dentro do canal até em 8.000 anos A.P.. Esta transgressão também afogou uma antiga planície costeira ao sul do canal, marcada por diversos paleocanais originários da praia de Baraqueçaba e estruturas de acúmulos de gás encontrados na coluna sedimentar. Este afogamento proporcionou a formação da unidade holocênica de origem marinha controlada pelo regime de ondas, apresentando uma morfologia tabular; por fim, a subida do nível do mar afogou completamento o canal em 7.000 anos A.P., permanecendo assim até os dias de hoje, possibilitando a formação de camadas sedimentares recentes e a erosão do pontal arenoso que encontrava-se ao longo da Enseada de Caraguatatuba. Deste modo, as feições submersas encontradas são um reflexo da hidrodinâmica, eustasia e geometria do canal, não havendo continuidade lateral das unidades ao longo do canal devido a carácter erosivo na porção central e norte em razão da intensificação das correntes. |