Estrutura genética por isoenzimas em populações naturais de jacarandá-paulista (Machaerium villosum Vog.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Giudice Neto, João Del
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11142/tde-20220207-215829/
Resumo: Duas populações naturais de Machaerium villosum Vog. (Jacarandá-Paulista), espécie arbórea das florestas de planalto do sudeste brasileiro, foram estudadas por meio da eletroforese de isoenzimas visando determinar os níveis de variabilidade genética mantidos dentro das populações, sua estrutura genética, a taxa de cruzamento, o fluxo gênico e a estruturação espacial dos genótipos. As populações amostradas localizam-se na Fazenda Campininha, no município de Mogi Guaçu, SP, área pertencente a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. A análise isoenzimática revelou 15 alelos em dez locos polimórficos em pelo menos uma das populações. Os índices de diversidade estimados mostraram uma alta variabilidade genética da espécie. O polimorfismo (P) com limite de freqüência igual ou inferior a 0,99 variou de 90,00% a 100,00% entre as populações. O número médio de alelos por loco (A) variou entre 2,40 e 2,70 e a diversidade genética medida pela heterozigosidade esperada média (He) variou entre 0,302 e 0,378, estando entre os mais altos valores das espécies arbóreas tropicais. As populações de indivíduos adultos estiveram em equilíbrio de Hardy-Weinberg enquanto que entre os indivíduos jovens a maioria dos locos não ajustou-se as pressuposições do equilíbrio. A variação dos resultados sugere a ocorrência de deriva associada aos efeitos de seleção no loco α-Est. A estrutura genética revelou uma baixa divergência entre as populações (FSTmáx.= 0,029) indicando que a maior parte da variabilidade está dentro das populações. Os índices de fixação FIT e FIS foram em média de 0,15 (FIT = 0,175, FIS = 0,151 obtidos apenas de indivíduos adultos e FIT = 0,163 e FIS = 0,146 obtidos de indivíduos jovens e adultos). Estes valores devem-se principalmente a provável seleção do loco α-Est. Quando este loco é excluído das médias, os índices de fixação populacionais reduzem-se significativamente (FIT = 0,085, FIS = 0,062 para os adultos e FIT = 0,074 e FIS = 0,053 para adultos e jovens). A taxa de cruzamento foi obtida a partir da freqüência dos heterozigotos obtendo-se valores de 0,738 e 0,745 para adultos e adultos mais jovens, respectivamente e 0,883 e 0,899 quando o loco α-Est é excluído do cálculo. O fluxo gênico medido pelo número de migrantes (Nm) foi alto, variando entre 2,09 para os adultos e 3,06 para jovens e adultos. A área de vizinhança foi obtida a partir de três densidades variando entre 1,32 ha e 213,80 ha, representando a área mínima a qual engloba indivíduos que trocam genes ao acaso. As análises de autocorrelação espacial demonstraram que os genótipos distribuem-se aleatoriamente dentro das populações, não havendo estruturação espacial. A alta diversidade da espécie aliada a adaptação a ambientes fragmentados, a tornam apta para aplicações em programas de conservação genética.