Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Vitor Emanoel de Lemos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-05042022-160007/
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Resumo: |
Estudo retrospectivo observacional para avaliação do uso de atropina como pré-medicação durante procedimentos de intubação orotraqueal em pacientes de 31 dias de vida a 20 anos incompletos no departamento de emergência pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr-HCFMUSP) entre janeiro de 2016 e setembro de 2020. O registro de intubação padronizado internacionalmente (NEAR4KIDS), complementar ao prontuário do paciente, foi o instrumento utilizado na coleta de dados. Foram excluídos procedimentos com falhas no preenchimento dos dados, pacientes admitidos em parada cardiorrespiratória, menores do que 30 dias de vida ou portadores de cardiopatias congênitas cianogênicas e pneumopatias crônicas com saturação basal < 88%. O escore Pediatric Early Warning Escore foi utilizado para estratificação de gravidade da população de estudo. O desfecho principal foi a ocorrência de hipoxemia (saturação de oxigênio 88% e < 92%) e o desfecho secundário, a ocorrência de queda na frequência cardíaca (< 60bpm e queda maior do que 20% entre a FC máxima e mínima) durante o procedimento de intubação. Foram identificadas 151 intubações no período de estudo, com 126 elegíveis para análise. A maioria dos pacientes, 97/126 (77%), apresentou doenças de base complexas, com acompanhamento em ambulatório de especialidades e equipe multidisciplinar. Atropina foi usada em 43/126 (34,1%) dos procedimentos, sendo omitida em 83/126 (65,9%). A indicação de atropina foi definida de forma arbitrária pelo chefe da equipe durante o procedimento. A principal indicação de intubação foi a falha de oxigenação, que ocorreu em 44,4% dos casos. O videolaringoscópio foi utilizado em 63,5% das intubações e o rocurônio foi o bloqueador neuromuscular de escolha em 100% das vezes, conforme padronização das intubações no departamento de emergência. O desfecho hipoxemia foi encontrado em 65% dos procedimentos, e o uso de atropina foi associado com maior ocorrência de saturação de oxigênio 88% durante a análise univariada (OR=2,62 [95% IC 1,115 6,164]; p=0,027), algo que não se repetiu na multivariada (OR=2,07 [95% IC 0,416 10,321]; p=0,373). Não houve diferença entre os grupos na variável saturação < 92%. Bradicardia crítica (< 60bpm) ocorreu em somente 3 pacientes, sendo 2 no grupo da atropina (p=0,268). Queda maior do que 20% na FC foi analisada em 42 procedimentos e associação com atropina encontrada na análise multivariada (OR=11,00 [95% IC 1,304 92,891]; p=0,028). As variáveis secundárias, como maior número de tentativas de intubação, maior escore de gravidade clínica previamente à intubação e dificuldade em ventilar o paciente com bolsa-valva-máscara, demonstraram associação com o desfecho hipoxemia 88%. O uso da atropina como prémedicação na intubação orotraqueal de pacientes pediátricos e adolescentes no pronto socorro de um hospital universitário de nível de atendimento terciário não reduziu a ocorrência de hipoxemia e bradicardia |