A poesia e a formação do erudito na China Clássica: transposição cultural do chinês ao português

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Mendoza, Inty Scoss
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-20122018-084938/
Resumo: A presente tese aborda, enquanto importante conteúdo da pedagogia confucionista, a poesia clássica do Império do Centro, posteriormente denominado China, no Ocidente, em particular a primeira seção do Clássico dos Cantares, em dois aspectos: primeiro, as características estruturais do caractere chinês, o ideograma, e do texto em chinês clássico e arcaico como recurso estético a ser incorporado na tradução de poesias clássicas para o português, aqui chamada de Estudos, tendo como interlocutores teóricos os trabalhos de reimaginação ou transcriação da poesia clássica chinesa de Haroldo de Campos, inspirado pelas ideias seminais de Fenollosa; a teoria pictórica de Shitao (1642-1717), do pintor e erudito da dinastia Song, e os comentários de seu tradutor Pierre Ryckmans; o conceito de texto de Umberto Eco; e a análise da linguagem dos Cantares, de Dobson. O segundo aspecto refere-se à Natureza como principal temática dos poemas dos Cantares como representativa de um importante elemento constitutivo da educação dos eruditos, ou letrados, chineses, uma casta que governou o Império Chinês cerca de dois mil anos, evidenciando uma intensa abstração do mundo natural, seja na poesia ou na pintura. Essa educação estética pela qual os que exerceriam funções políticas deveriam passar é permeada por uma atitude ética em que a natureza e a simplicidade das relações humanas são sua principal utopia. O cancioneiro popular, compilado entre os séculos XI e VII a.C., simbolizavam um mundo natural, distante e almejado ao mesmo tempo, e que veio se tornar um valor implícito às grandes linhas do pensamento clássico chinês, como o confucionismo e o taoismo. Ambos os aspectos, o texto e o contexto, fundamentam e contextualizam os estudos de tradução apresentados.