Efeito da uréia, do melaço e da lasalocida sódica sobre a fermentação ruminal em bovinos alimentados com bagaço de cana-de-açúcar tratado a pressão e vapor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1994
Autor(a) principal: Francisco Junior, Jose Carlos de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20220207-211403/
Resumo: O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos da manipulação do ambiente ruminal sobre a degradação de alimentos fibrosos e parâmetros de fermentação ruminal, em bovinos alimentados com bagaço de cana-de-açúcar tratado com pressão e vapor (BTPV) suplementados com uréia, melaço e lasalocida sódica. O trabalho foi dividido em três experimentos. Em um primeiro experimento avaliou-se o efeito da adição de diferentes níveis de uréia, no segundo avaliou-se o efeito de níveis crescentes de melaço e no terceiro avaliou-se o efeito de níveis crescentes de lasalocida sódica, em dietas com BTPV. Para os dois primeiros experimentos foram utilizados 2 bovinos e para o terceiro foram utilizados 3 bovinos, todos providos de cânula ruminal. Nos dois primeiros experimentos foram utilizados medidas repetidas no tempo, aplicando-se um tratamento em cada período. No terceiro experimento utilizou-se o delineamento quadrado latino 3 x 3. Nos três experimentos os dados foram analisados através do procedimento GLM do SAS (1986) e as comparações entre médias foram realizadas através do PDIFF. Os animais do experimento I receberam 5,4 kg de BTPV, 1,38 kg de levedura, 1,27 kg de melaço, 0,050 kg de sal mineralizado e 0,28 kg; 0,18 kg; e 0,10 kg de uréia, correspondente aos tratamentos 1; 2; e 3. No experimento II, os animais receberam 4,7 de BTPV, 1,35 kg de levedura, 0,16 kg de uréia, 0,05 kg de sal mineralizado e 0,7 kg; 1,4 kg; e 2,1 kg de melaço, correspondente aos tratamentos 1, 2 e 3. No experimento III, os animais receberam 3,95 kg de BTPV, 0,84 kg de farelo de soja, 2,61 kg de sorgo moído, 0,08 kg de uréia e 0,130 kg de sal mineral com 0 g; 0,21 g; e 0,42 g de lasalocida sódica correspondente aos tratamentos 1; 2; e 3. Nos três experimentos foram determinados no rúmen: pH, concentração de nitrogênio amoniacal (N-NH3), ácidos graxos voláteis (AGV) e a degradação "In Situ" da fração insolúvel (DISI) de BTPV, feno de capim elefante e casca de soja incubados por 24 e 48 horas. No experimento I a concentração de N-NH3 nos tratamentos 1 e 2 permaneceram acima dos níveis recomendados para se obter máximo crescimento microbiano. As diferentes quantidades de uréia na dieta promoveram aumentos significativos (p < 0,10) nos valores de pH, mantendo-os dentro da faixa considerada ideal para crescimento dos microrganismos digestores de fibra. Os valores de DISI não apresentaram diferenças significativas (p < 0,10) entre os tratamentos para todos os alimentos incubados no rúmen. As concentrações de ácido acético (C2), propiônico (C3), butírico (C4), metilbutírico (C5) e AGV total não diferiram significativamente (p < 0,05) para os três tratamentos. No experimento 2 os níveis crescentes de melaço na dieta promoveram alterações significativas (p < 0,10) na concentração de N-NH3 no fluido ruminal. Os valores de pH nos tratamentos 1 e 2 permaneceram dentro da faixa considerada ótima para crescimento de bactérias celulolíticas, enquanto que no tratamento 3 os valores de pH foram significativamente (p < 0,05) menores que o do tratamento 2 e permaneceu a maior parte do tempo abaixo da faixa considerada ideal. Dentre todos os alimentos incubados no rúmen para degradação "In Situ", o BTPV foi o que apresentou o menor valor de degradação e o único que determinou alterações significativas (p < 0,10) entre os tratamentos. As concentrações de C2, C4, C5, AGV total, percentagem molar de C2, C3, C4, C5 e a relação molar C2/C3 não diferiram significativamente (p < 0,10) entre os tratamentos, enquanto que a concentração molar de C3 aumentou significativamente (p < 0,10). No experimento III, as concentrações de N-NH3 no fluido ruminal apresentaram diferenças significativas (p < 0,10) para tratamentos quando comparados dois a dois. Os valores de pH não diferiram significativamente (p < 0,10) entre os tratamentos. Os resultados de DISI não apresentaram diferenças significativas (p < 0,10) para os três tratamentos, mostrando que a adição de lasalocida sódica a dieta não promoveu alterações na degradação da MS de alimentos fibrosos. Também não houve um efeito significativo (p < 0,05) para C2, C3, C4, AGV total e relação C2/C3.